E assim acaba o torneio MLS is Back, uma competição à qual, por qualquer estranha razão, alguns dos media portugueses se referem como sendo a MLS Cup. Mas não é disso que vamos falar hoje, pelo que deixemos esses pobres desgraçados entregues às suas asneiras.
Portland versus Orlando na final. Portland venceu. Uma final inesperada com um vencedor inesperado? Talvez não, mas o mesmo poderia ser dito se o resultado tivesse pendido a favor de Orlando.
A maior das verdades é que não sabíamos muito bem o que esperar da maioria das equipas para esta competição, fruto da longa interrupção causada pela pandemia que nos assola. Podíamos, claro, tecer algumas teorias e apontar conjuntos que nos pareceriam mais indicados para este tipo de jogo, sendo Portland um deles, mas fazendo isso também nos obriga a considerar que equipas tradicionalmente complicadas em situações a eliminar, como Salt Lake, ficaram um pouco aquém daquilo que a sua reputação sugere – apenas isso, reputação, porque o conjunto em si está longe de ser apropriado para uma corrida por uma Supporters Shield.
“Falar de Portland e Salt Lake é muito bom e engraçado, mas e Orlando?”, perguntarão vocês. Pois… e Orlando? Esta presença na final terá acontecido por terem jogado, de certa forma, em casa? Ou será antes o trabalho de Óscar Pareja a dar frutos? O retomar da época regular trará a resposta definitiva, mas a verdade é que chegaram a esta final e, mesmo tendo sucumbido perante uma equipa dos Timbers que adora este tipo de jogos, deixaram indicações bastante positivas.
Dito isto e sem nos alongarmos muito mais, façamos apenas alguns comentários a alguns dos conjuntos.
Atlanta e Frank de Boer: Peca por tardio, na nossa opinião. Substituir Tata Martino nunca seria fácil, é certo, mas o trabalho de de Boer esteve longe de ser impressionante, apesar do aparente bom resultado na época anterior. Como se costuma dizer, as aparências iludem.
LAFC: Talento não falta, qualidade de jogo também não. Matar jogos a eliminar é que, para não variar, continua a ser o calcanhar de Aquiles desta equipa. Mas nem tudo é mau – a goleada imposta (finalmente) aos Galaxy ficará na memória dos adeptos e, arriscamos nós dizer, saberá melhor do que ganhar uma taça que surgiu apenas devido a um flagelo mundial.
Whitecaps: Ainda vale a pena falar dos Whitecaps? Provavelmente não, mas mencionaremos o conjunto canadiano por uma questão de respeito e igualdade para com os outros… ainda que seja para dizer coisas pouco positivas. As últimas épocas foram desastrosas e, a julgar pelo plantel e pela performance neste torneio, esta temporada não será muito diferente. Provem-nos o contrário, é o nosso desafio para a turma de Vancouver.
SKC e Columbus: Duas das equipas mais equilibradas da MLS fizeram uma competição interessante e mostraram-se a bom nível. Se o transportarem para a época regular, teremos aqui dois conjuntos muito complicados de bater, especialmente no seu próprio terreno.
Cincinnati: O nosso comentário mais honesto? Não ficámos propriamente impressionados, mas admitimos que existem melhorias face à época anterior. O último dos lugares da época regular talvez não seja para eles.
Portland e Sebastián Blanco: Sem ele, é possível que os Timbers não estivessem onde estão. Um conjunto que gosta deste tipo de jogos, é certo, mas Blanco tem uma influência inquestionável.
Orlando City: A equipa da Florida fez o que fez e chegou onde chegou. Bom trabalho de Oscar Pareja e, claro, não esqueçamos os golos do nosso compatriota Nani.
Restantes equipas: Adeptos de outros conjuntos da MLS, não desesperem. Se a equipa que seguem não está referida aqui, é porque, na nossa opinião, não houve nada de propriamente relevante a registar. Ou foram conjuntos que conseguiram os resultados esperados ou que, simplesmente, aparentaram não estar a levar o torneio demasiado a sério e a fazer uma espécie de estágio de pré-época. Não excluímos a possibilidade de ver um sólido nível de desempenho de várias destas equipas – como Philadelphia as equipas de Nova Iorque, por exemplo – assim que a época regular for retomada.