16 de setembro de 2018

Previsão de Época: Charlotte Hornets

Continuamos a nossa viagem pelo continente americano e chegamos agora à nossa quarta paragem. A alegria não é muita já que o franchise de hoje não tem uma história de grandes (ou quaisqueres) conquistas. Poucas presenças nos Playoffs e sem grande esperança num futuro próximo, a equipa que pertence a Michael Jordan não está nos seus melhores dias. O que esperar dos Charlotte Hornets?



A última temporada mostrou ser mais do mesmo para os Charlotte Hornets. Uma offseason com aquisições sem sentido e um ano em que quase todos os jogadores foram uma grande desilusão. Começaram a época sem Nicolas Batum, uma parte importante da sua equipa. Este nunca mais atingiu a forma das duas épocas anteriores após voltar de lesão. A esperança em Malik Monk era alta e haviam grandes expetativas para a sua época de estreia mas este nunca teve os minutos necessários para se mostrar. Apenas teve minutos constantes nos últimos 6 jogos da época, onde provou que devia ter sido aposta desde o primeiro dia.
Toda a equipa foi uma autêntica desilusão à exceção de dois nomes, Dwight Howard e Kemba Walker. Nesta altura da sua carreira, quem dissesse que esperava um ano de recuperação de Dwight Howard estaria a mentir. O ex-jogador defensivo do ano tornou-se numa versão triste de si mesma, sendo muitas vezes chamado de "cancro de balneário". Ora mesmo que esta última parte possa não ter mudado, o seu desempenho no soalho certamente melhorou. A sua produção ofensiva foi consideravelmente melhor e voltou a ser intimidante na defesa. Kemba, fez história. O indiscutível líder da equipa conseguiu mais uma seleção para o jogo All-Star mas esse feito acabaria por ser ofuscado por uma honra muito maior. Walker tornou-se no melhor marcador de sempre da franquia dos Hornets/Bobcats. É, a meu ver, nesta altura o melhor Hornet/Bobcat de sempre, ainda que esse não seja um feito tão extraordinário como pode parecer.
Durante algum tempo parecia que os Hornets poderiam ir até ao fim na luta pelos Playoffs mas acabaram por sair da corrida a umas semanas do fim da temporada regular, acabando no 10º lugar do Este.


Este verão viu Charlotte fazer muitas movimentações. Os adeptos podem finalmente parar de se queixar de ver Michael Carter-Williams a atirar tijolos visto que este saiu para os Houston Rockets. Dois jogadores que já deverão estar habituados a estar na lista de dispensas de muitas equipas, Julyan Stone e Johnny O'Bryant, parecem ter-se cansado de lutar por um lugar na NBA já que ambos jogam agora no continente europeu. TreVeon Graham sai e parece que será aposta nos Brooklyn Nets. Por fim, há o já mencionado Dwight Howard que saiu para Brooklyn (e foi imediatamente dispensado). Rumores dizem que os jogadores dos Hornets festejaram ao saber da saída do medalhista olímpico. Veja-se, por aqui, o estado desta equipa...
Importante mencionar que houve uma mudança no comando da equipa já que Steve Clifford troca a mediocridade de Charlotte pela de Orlando e assina com os Magic.

Quanto a entradas, pode-se verificar um autêntico "8 e 80". Entram dois jogadores selecionados no Draft, Miles Bridges e DeVonte' Graham. Graham é uma escolha de segunda ronda cujos olheiros afirmam que tem grande potencial e que bem trabalhado poderá dar uma peça sólida no futuro. Miles Bridges pode ter sido um roubo ao cair para 12º no Draft. É um atleta multidimensional que faz um pouco de tudo e tem uma combinação de velocidade, explosividade e tamanho que o permite fazer 3 posições. Espera-se que esteja já pronto para contribuir. A troca de Dwight Howard traz Bismack Biyombo de volta ao local onde começou a sua carreira (e onde teve menos sucesso). O poste congolês deverá ver alguns minutos ainda que tenha que dividir tempo de jogo com Willy Hernangomez, Frank "The Tank" Kaminsky e Cody Zeller. A somar a estes, uma das mais inesperadas contratações deste verão. Tony Parker faz o impensável e deixa San Antonio para ser o base suplente da equipa da Carolina do Norte.
Outro bom sinal (à parte dos jovens) é a contratação do novo treinador, James Borrego. Será a sua primeira experiência como treinador principal a tempo inteiro e o facto de que vem do sistema dos Spurs só melhora a sua imagem.

Opinião


Não vou mentir. A época dos Hornets está destinada a ser um desastre. Maus contratos e abundância de jogadores para as mesmas posições revelam o mau trabalho da direção que foi recentemente renovada. Ainda assim, Mitch Kupchak, ex-diretor dos Lakers, não tem feito grandes mudanças, muito menos melhorias. O próximo ano promete ser deprimente para os adeptos da equipa de MJ. Na minha ótica, os Hornets têm dois pontos de interesse esta época. Primeiro, a evolução dos seus jovens, nomeadamente Miles Bridges e Malik Monk. Em segundo lugar, uma troca que mandaria Kemba Walker embora que por esta altura já parece inevitável. O All-Star é agente livre este verão e os Hornets precisam urgentemente de reconstruir. Trocar Kemba poderia dar à equipa uma oportunidade de despachar contratos enormes como os de Nicolas Batum ou Bismack Biyombo e ainda conseguir bons valores de futuro, seja na forma de jogadores ou de escolhas no Draft.

Por todas as razões mencionadas acima, é expetável que os Hornets fiquem num dos últimos 3 lugares da conferência e que falhem (redondamente) os Playoffs. Mais importante que isso, para o presente e para o futuro da equipa, é a dúvida em torno do futuro de Kemba Walker que, na minha opinião, não deverá passar por Charlotte. Espera-se que este mude de cidade até Fevereiro.

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