8 de junho de 2018

FIFA World Cup 2018 - PORTUGAL


Esta é apenas a 7ª vez que Portugal vai disputar a fase final de um Campeonato do Mundo e, depois da glória inesquecível no Europeu de 2016, as esperanças parecem renovadas à partida para nova aventura. Será, portanto, interessante perceber o quão preparada poderá estar a nossa Seleção para corresponder à crença inabalável de uma Nação inteira.


A melhor classificação de sempre remonta já a 1966 e aos tempos dos "magriços" de Eusébio e companhia, onde a equipa se ficou pelo bronze. No novo milénio, o melhor resultado foi mesmo um 4º lugar no Mundial de 2006, na Alemanha. Se a história aqui é algo "pobre", a Seleção tem dado muito boa imagem de si nos Europeus. Em 5 edições desde 2000 (inclusive), contam-se: o famoso título em França, um amargo 2º lugar em território nacional (2004) e mais 2 presenças em semi finais (2000 e 2012).

Apesar de ser um pequeno país, Portugal e o futebol já estão relacionados e habituados a grandes nomes/referências, não só pelo talento dos seus atletas, mas também dos próprios treinadores. A era de Figo, Rui Costa, Fernando Couto, João Vieira Pinto, etc. foi quem mais prometeu, mas seria a gerarão de Cristiano Ronaldo, João Moutinho, Pepe e muitos outros que traria o maior motivo de felicidade aos portugueses, o 1º título internacional. Nas qualidades de técnico, José Mourinho é quem mais "salta à vista", pelo seu vasto e triunfante currículo, mas também ele está cada vez melhor acompanhado.



A 24 de Setembro de 2014, Fernando Santos assume o comando de uma Seleção que acabara de ser derrotada em casa pela Albânia - 1º jogo de qualificação para o Euro 2016. O Mundial no Brasil tinha sido um desastre e Portugal deixou a competição ainda na fase de grupos, ultrapassado pela Alemanha e Estados Unidos. O ambiente estava quebrado e desmoronou por completo no tal desaire contra a Albânia, jogo que marcou o fim do mandato de Paulo Bento que já há muito não gerava consenso. A verdade é que a chegada do engenheiro deu nova vida à Seleção das "Quinas". Nos restantes 7 jogos da qualificação, a equipa somou outras tantas vitórias e cimentou facilmente o 1º lugar do grupo. 

Já em França, as coisas nem começaram muito bem. Empates contra Islândia (1-1), Áustria (0-0) e Hungria (3-3) colocaram Portugal nos oitavos de final apenas como um dos melhores 3ºs posicionados da fase de grupos. A partida com a Croácia foi um autêntico desafio, uma dura "batalha", e a recompensa acabaria por aparecer já no prolongamento com um golo de Ricardo Quaresma (1-0). Nos quartos de final, Lewandowski ainda pregou um valente susto ao conjunto português, mas um disparo de Renato Sanches deixou tudo empatado e os penaltis acabariam por ditar nova passagem. O jogo menos complicado e, curiosamente, onde surgiu a 1ª vitória dentro dos 90 minutos, foi nas meias finais frente ao País de Gales (2-0). 

Os olhos estavam postos na grande Final e o adversário era nada mais, nada menos, do que a anfitriã e temível França. Esperavam-se muitas dificuldades e assim foi, logo a começar pela madrugadora lesão da maior figura da nossa Seleção - Cristiano Ronaldo. Foram longos minutos de "cortar a respiração", só um espírito de sacrifício e superação enorme foi capaz de conter a armada francesa, e depois... a história. Um herói improvável, numa passada larga, aguentou Koscielny, ganhou espaço e, ainda longe da baliza, fez o golo mais festejado de sempre por todos os portugueses. Éder fica nos livros e Portugal era finalmente Campeão da Europa.



Na qualificação para o Mundial da Rússia e, na chamada "ressaca" dos festejos, a Seleção portuguesa é derrotada logo na abertura frente à Suiça, 2-0 foi o resultado. Quanto ao resto do percurso, só se verificaram vitórias - totalizando 9, a juntar aos 32 golos marcados e apenas 4 sofridos. A equipa já nos habituou a um futebol muito pensado no "miolo", mais contido, linhas baixas e sempre à espreita do contra ataque. A chave está na qualidade do último passe, na precisão da transição ofensiva que nem sempre é tão rápida quanto isso e, claro, no fator Cristiano Ronaldo. A presença do melhor do mundo é fulcral, já que mesmo que o seu desempenho não seja o melhor, irá sempre atrair o adversário e, consequentemente, abrir espaços para o surgimento dos seus companheiros de ataque.

Em relação aos protagonistas que vão representar as cores nacionais no Mundial, há relativamente poucas mudanças. Rui Patrício continua a ser senhor e dono da baliza, enquanto que na defesa apenas falta decidir o companheiro de Pepe, lugar que será disputado entre o experiente José Fonte e o estreante Rúben Dias. Do lado esquerdo teremos Raphael Guerreiro, enquanto que à direira o bom Europeu de Cédric Soares deve valer-lhe a titularidade face a Ricardo Pereira. No meio campo começam as maiores dúvidas, mas William Carvalho e Bernardo Silva parecem ter o seu estatuto adquirido. João Moutinho e João Mário podem completar o quarteto, com Adrien e Bruno Fernandes à espreita da oportunidade. Na frente do "batalhão" estará Cristiano e ao seu lado a escolha passará por André Silva ou Gonçalo Guedes. As últimas e boas exibições do atacante do Valência podem, a nosso ver, ter convencido Fernando Santos.

A confiança dificilmente estaria mais elevada nesta altura, mas é preciso colocar algum "travão" nas expetativas porque não se avizinham desafios nada fáceis. É verdade que Portugal tem tudo para ultrapassar a fase de grupos, juntamente com a Espanha de Lopetegui, uma vez Marrocos e Irão não devem oferecer grande oposição. Em caso de passagem, o adversário virá do grupo A, onde estão Rússia, Uruguai, Egito e Arábia Saudita. Ao que nos parece, o provável confronto será com o Uruguai e Portugal volta a ter boas probabilidades de sucesso. Todavia, só uma enorme surpresa não colocaria a França na calha para os quartos de final. Não há histórias iguais e não nos parece que a Seleção portuguesa volte a ter tamanha "sorte" do seu lado, pelo menos nos mesmos termos. Um ótimo presságio seria a qualificação no 1º lugar do grupo, situação que (muito provavelmente) nos possibilitaria encontrar um dos grandes candidatos apenas na meia final.

Conseguirá o mister Fernando elevar a sua crença para o próximo nível? Tal como vocês, estamos ansiosos por descobrir. 

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