1 de outubro de 2018

Previsão de Época: Los Angeles Clippers

West sideeeeeeeeee! Estamos de volta ao Oeste, de volta à Califórnia e, mais importante, chegamos à cidade das estrelas para uma estadia dupla. Como ainda agora aterramos, vamos com calma, dirigindo-nos à equipa mais discreta da cidade, os Los Angeles Clippers.



Que diferença que um ano faz. Há dois anos atrás havia a réstia de esperança no BIG3 de Chris Paul, Blake Griffin e DeAndre Jordan. Todos sabemos como isso acabou. Há um ano, o star power não era o mesmo. Ainda assim, os Clippers conseguiram reunir algumas boas peças após a saída de CP3. Julgando pelo início da temporada parecia que algo especial poderia sair daqui. Milos Teodosic fazia a equipa jogar, Pat Beverley era o animal defensivo que se esperava, Gallinari estava ainda saudável e Blake Griffin apresentava um rendimento que fazia lembrar os seus tempos áureos. Rapidamente tudo se desmoronou já que os 4 jogadores acima mencionados acabariam por sucumbir às lesões. Uma época muito dura que reforçou a "maldição dos Clippers" (Clippers' Curse). Membros importantes da equipa estiveram a maior parte da época sem jogar mas ainda assim a equipa de vermelho, branco e azul da cidade de Los Angeles mantinha-se na luta pelos Playoffs. A meio da época, Jerry West e o resto da direção dos Clippers aperceberam-se do (enorme) erro que fizeram ao dar um contrato monstruoso a Blake Griffin. Foram ainda a tempo de remediar. Numa "blockbuster trade" algo estranha, Blake Griffin, Willie Reed e Bryce Johnson seguiram para Detroit numa troca em que Tobias Harris, Avery Bradley e Boban Marjanovic, anexados a duas escolhas no Draft, fizeram o caminho inverso.
A troca marcou a temporada dos Clippers mas nem assim o azar acabou. Bradley jogaria apenas 6 jogos pelos Clippers. Tobias, no entanto, seria fulcral para o resto da temporada. Sendo um jogador que se destaca por estar constantemente a melhorar, Harris daria ainda mais um passo na sua nova equipa, muito por ser a referência ofensiva no 5 titular. Já Lou Williams subiu a parada, obliterou a concorrência para o prémio de sexto homem do ano e quase conseguiu uma nomeação para All-Star. Foi a grande estrala da equipa. Assim, mesmo não tendo nada que estar naquela posição dada a situação médica da equipa, os Clippers lutaram por uma vaga nos Playoffs até ao fim da temporada regular. 
Aquela que podia ser uma história algo inspiradora acaba por não ter um final feliz dado que os Clippers acabariam por não conseguir entrar na fase a eliminar e acabariam no décimo lugar da conferência Oeste. Ainda assim, e com muitas baixas, muito boas indicações seriam deixadas para a próxima temporada.



Os Clippers tiveram um verão bem ocupado. As saídas não são muitas mas têm um grande peso. As entradas foram bastantes e são uma indicação do rumo que esta equipa deverá tomar nos próximos tempos.
Como foi notícia na temporada passada, Doc Rivers, o treinador do conjunto de LA foi "dispensado" do papel de diretor geral da equipa, ou seja, deixou de ter mão nas movimentações da equipa. A palavra final deixou de ser a sua. Ainda assim, a saída de Austin Rivers, filho do treinador, foi um grande choque. Austin teve, de longe, a melhor época da sua carreira. Com todas as lesões teve um papel ainda maior e até teve sucesso, apresentando até uma eficácia fora do normal para ele. Ainda assim, sai para Washington numa troca por um homem, ou besta, de quem ainda vamos falar. Há duas saídas que pouco ou nada dizem. Uma delas, a de CJ Williams é praticamente nula. Williams jogou pouquíssimos jogos e pouco fez quando teve oportunidade. A outra, Sam Dekker é pouco mais importante. Dekker veio da faculdade do Wisconsin como uma promessa do basquetebol americano. Após dois anos em Houston, havia o potencial de ser um bom jogador de rotação mas nos Clippers nada mostrou. Segue para Cleveland. Por fim, a grande saída da equipa, a sua estrela, DeAndre Jordan. DeAndre foi uma escolha de segunda ronda que rendeu muitas vitórias aos Clippers. É um poste de elite na liga e uma autêntica âncora defensiva. A sua defesa e talento nas tabelas deixarão, certamente, saudades.
Quanto às entradas são muitas e, maioritariamente, de jovens mentes. Duas escolhas de lotaria no Draft. Primeiro, Shai Gilgeous-Alexander e o seu enorme potencial. O produto de Kentucky é um atleta com uma envergadura enorme. O céu é o limite quando se tem os dotes físicos e a criatividade deste jovem base. Está na minha lista pessoal de jogadores a ter em conta. A outra escolha foi Jerome Robinson. Uma seleção muito criticada no Draft. É um jogador que foi um excelente marcador de pontos a nível universitário. Tem um grande potencial mas não deverá ver muitos minutos no seu primeiro ano e poderá ser ficha de troca num futuro negócio. Johnathan Motley chega dos Mavericks numa troca que passou completamente despercebida. Luc Richard Mbah a Moute vem dos Rockets depois de ter sido importantíssimo na fantástica época dos texanos. Mike Scott sai de Washington depois de se ter apresentado a um bom nível na primeira ronda dos Playoffs. Por fim, na troca que mandou o Rivers mais novo para a capital, o poste polaco Marcin Gortat foi o retorno que tiveram. Deverá assumir as responsabilidades do agora Maverick, DeAndre Jordan.


Opinião

Há boas e más notícias para os Clippers. As boas são que todos os jogadores estão agora saudáveis. Eu sei, parece mentira. As más são que o Oeste está ainda mais forte e que o plantel atual não deverá chegar.
Antes de me alongar, gostaria de desejar boa sorte a todas as duplas de bases a tentarem marcar pontos aos Clippers. Ainda que ofensivamente pouco possam oferecer para além de alguns lançamentos de meia e longa distância, Patrick Beverley e Avery Bradley serão, de MUITO longe, o melhor backcourt defensivo da liga. Em termos de defesa de perímetro os Clippers serão, facilmente, das melhores equipas da liga, podem apostar o vosso dinheiro. Nesta fase da pré-época ainda não se sabe quem fará o quê entre Tobias Harris e Danilo Gallinari. É certo que serão os titulares nas posições 3 e 4 mas  qual ocuparão ainda não se sabe. A forma de Gallinari é neste momento uma incógnita mas espera-se que seja um jogador que dê um sólido contributo ofensivo. Tobias Harris é dos jogadores mais constantes da liga e os seus 20 pontos por jogo deverão ser uma garantia, assim como uma sólida contribuição na defesa. Gortat já não está nos seus melhores anos mas ainda assim deverá ser um poste titular sólido, sem nunca esquecer que será pressionado pelo energético Montrezl Harrell.
O banco do conjunto que outrora residia em San Diego conta com o vistoso Lou Williams. O próprio ficou algo indignado ao não ser selecionado para a equipa All-Star ano passado e promete servir a sua vingança este ano. Deverá ser a grande estrela ofensiva da equipa e contribuir com um elevado número de pontos no marcador. Shai Gilgeous-Alexander deverá entrar para dar ainda mais defesa ao backcourt dos Clippers, ainda que dúvidas surjam sobre o que poderá fazer no outro lado do campo. Mbah a Moute e Mike Scott irão dar veterania e experiência à equipa na forma de dura defesa e também ao esticar o jogo. Sindarius Thornwell e Montrezl Harrell deverão trazer muita energia do banco sendo que este último poderá competir por um lugar a titular. Por fim, não se sabe qual será o papel do sérvio Milos Teodosic neste plantel. Poderá mesmo voltar à Europa.
É uma equipa que entusiasma bastante mas que, sendo sincero, muito provavelmente falhará o acesso aos Playoffs. O Oeste está saturado de excelentes conjuntos e os Clippers embora sejam uma equipa acima da média, especialmente defensivamente, não deverão ter recursos para lutar por um oitavo lugar contra equipas como os Timberwolves, Nuggets ou até mesmo os Pelicans. É expectável que fiquem então no fundo da conferência onde um 12º ou 13º lugar são mais realistas.
Numa nota final, gostaria de mencionar que os Clippers são dos favoritos a conseguir uma troca por Jimmy Butler. Caso isso aconteça, são automaticamente candidatos aos Playoffs.

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