9 de outubro de 2018

Previsão de Época: Miami Heat

Depois de um belo tempo no campo está na hora de voltar à costa. Tragam as vossas camisas rosa-choque e os blazers brancos porque vamos analisar os Heat ao estilo de Miami!


A meu ver, há um ano atrás os Heat partiam com uma vantagem psicológica. Em 2016-2017 ficaram mesmo à porta dos Playoffs depois de uma reviravolta na temporada que quase viu Erik Spoelstra a ganhar o prémio de treinador do ano. Miami acabaria essa época num fantástico registo de 30-11 mas acabaria por falhar a fase a eliminar por pouco. Tudo isto deixava-os com mais "fome" do que as outras equipas ao começar a época seguinte. E a verdade é que os Heat foram bastante consistentes durante a maior parte da temporada. São uma daquelas equipas sem uma verdadeira estrela mas que trabalha de maneira de uma maneira coesa e acaba por dar resultados.
Já há muito que vinha a merecer mas Goran Dragic finalmente conseguiu uma seleção para a equipa de All-Star. Dion Waiters esteve lesionado uma grande porção da época mas a profundidade da equipa de Miami fez com que isso caísse no esquecimento. Josh Richardson teve uma excelente evolução no decorrer do ano, particularmente na defesa. James Johnson continuou a ser o "rufia" com quem ninguém quer arranjar problemas. Já Hassan Whiteside abriu demais a boca e foi mesmo "queimado" durante grande parte da temporada. Muitos atritos entre a direção, a equipa técnica e o jogador levaram a um grande corte no seu tempo de jogo.
O banco era bastante mexido já que os Heat tinham tantas peças sólidas. Justise Winslow mostrou nos Playoffs o porquê de ainda se ter esperança nele. Foi fantástico, especialmente na defesa. Tyler Johnson apresentou percentagens aceitáveis, Kelly Olynyk foi novamente sólido mostrando uma clara melhoria na sua distribuição, Wayne Ellington teve o melhor ano da sua carreira e Bam Adebayo excedeu expetativas ao fazer uma bela época de estreia para um poste suplente. Promete vir a ser um monstro no garrafão. O veterano Dwyane Wade ainda conseguiu roubar um jogo no Playoffs.
Miami é uma equipa cheia de peças sólidas mas sem uma clara estrela. O grande impacto de não ter uma figura central é especialmente visível nos Playoffs e isso foi evidente na série que os Heat tiveram contra os Philadelphia 76ers. A qualidade individual de Simmons e Embiid foi demasiada e os Heat não conseguiram lidar com isso. Acabaram por sair na primeira ronda em 5 jogos.


Eu nem sei por onde começar (ou acabar) esta parte do artigo. Sendo breve na minha explicação, a direção dos Heat deve mesmo ter tirado férias neste verão. A única entrada que eu posso mencionar é daquelas em que eu nem sequer toco quando analisando as outras equipas. No entanto, para este parágrafo não desaparecer faço questão de ir mais além do que o costume.
Há apenas uma entrada sendo que este jogador pode ser dispensado a qualquer momento. Jarnell Stokes, o Power Forward que já passou por 3 equipas na NBA, incluindo os Heat, volta depois de uma estadia na China. 
Quanto a saídas há duas bastante irrelevantes. Luke Babbitt sai depois da pior época da sua carreira, excluindo a de rookie. Até ao momento ainda nenhuma equipa o contratou. Há também a saída de Jordan Mickey que depois de experiências nos Heat e nos Celtics parte para a Europa à procura de um papel com mais preponderância.

Opinião

Por esta altura já devem ter percebido que este vai ser o artigo mais curto destas análises a equipas. Ninguém de significante saiu de Miami e também ninguém que venha dar um verdadeiro contributo entrou. Absolutamente NADA mudou. Os Heat vão manter exatamente o mesmo sistema com exatamente as mesmas peças. Eram um dos favoritos à aquisição de Jimmy Butler mas aparentemente o negócio morreu na costa depois dos Timberwolves terem pedido metade da equipa de Miami e também uma escolha de primeira ronda, ainda que protegida. O negócio não deverá acontecer, o que significa que Miami está na mesma posição dado que não parece haver nenhuma estrela no mercado à parte de Butler. Sendo assim, as únicas mudanças que podem haver são a evolução ou regressão de jogadores.
Primeiro, Hassan Whiteside está de volta à equipa e a jogar bons minutos. Está também a marcar alguns triplos, algo fora do normal. Espera-se que Josh Richardson evolua bastante esta época, especialmente ofensivamente. Bam Adebayo parece ser um jovem muito valorizado em Miami mas está atualmente tapado por Whiteside, veremos como poderão maximizar o seu rendimento e evolução. Veremos também se Justise Winslow continuará com o empenho dos últimos Playoffs. Surgem dúvidas sobre quanto mais Dragic durará a este nível dado que no último ano já teve uma redução na sua produção e já tem 32 anos.
A grande história dos Heat deste ano será mesmo a "Farewell Tour" de duas lendas do clube, Udonis Haslem e, sobretudo, um dos melhores Shooting Guards de sempre, Dwyane Wade. Ainda que Haslem não tenha o mesmo destaque, esta tour certamente terá sucesso por todo o continente norte-americano. Wade é um jogador muito adorado pela grande parte dos fãs da modalidade (à exceção de todos os Mavericks por esse mundo) e a ovação que terá em todas as arenas promete ser estrondosa. Para além disso, um jogador da sua natureza competitiva não deverá querer sair sem uma última presença nos Playoffs pelo que deverá apresentar-se a um nível mental e físico bastante eleveado.
A despedida de Wade quase me faz torcer pelos Heat mas a verdade é que estes nada melhoraram enquanto que o resto da liga se mexeu. Ainda que tenham conseguido um sexto lugar na conferência na temporada passada não os vejo a repetir dado que, a meu ver, o top 6 do Este já está decidido a não ser que alguém importante se lesione. Os Heat certamente estarão na luta pelos Playoffs mas temo que a relutância no verão vai ser castigada com uma falha no acesso à postseason.

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