19 de outubro de 2018

Previsão de Época: New Orleans Pelicans

*Cof* *Cof* *Cof* O ambiente estava muito pesado em Minnesota com aquele balneário em chamas e por isso seguimos viagem para uma terra onde a vida é uma festa. Cheios de energia e positividade, chegamos à "Big Easy" onde temos como tema os New Orleans Pelicans.



Quem diria que uma lesão grave numa das estrelas, uma troca que parecia pouco mudar e um tosquia na barba de um hispano-montenegrino seriam os eventos que virariam a temporada dos Pelicans?
Era o primeiro ano completo da experiência Boogie-AD. A estes juntavam-se um saudável e sem qualquer problema Jrue Holiday e a veterania e distribuição de Rajon Rondo. E'Twaun Moore completava o 5 e o banco não acrescentava grande coisa.
Um training camp e um verão inteiro a trabalhar para o par de estrelas coincidir parecia nada fazer pela dupla e até mesmo pela própria equipa. Continuava a inconsistência da temporada anterior, ambos Anthony Davis e DeMarcus Cousins faziam os números astronómicos a que sempre nos habituaram mas o equilíbrio entre vitórias e derrotas também não queria desaparecer. Dia 26 de Janeiro acontecia o episódio mais triste do ano para a equipa da "Big Easy" já que DeMarcus Cousins rompia o tendão de Aquiles e perdia o resto da temporada. Um duro golpe para todas as pessoas que têm uma ligação à equipa. A direção, no entanto, não esperou para ver no que dava e começaram a mexer-se de imediato. A 1 de Fevereiro trocavam uma escolha de primeira ronda com Omer Asik, Tony Allen e Jameer Nelson por uma escolha de segunda ronda e Nikola Mirotic. Isto mudaria radicalmente a produção dos Pelicans.
A entrada de Mirotic para o 5 titular empurrava AD para a posição de Center. Com o hispano-montenegrino a esticar o jogo, "The Brow" tinha muito mais espaço interno para operar. A alteração tática mudou completamente o jogo dos Pelicans. Após um pequeno período de adaptação (e um desbaste na barba de Mirotic), New Orleans meteu a última mudança e chegavam a uma forma incrível onde vimos a equipa finalmente desbloqueada. A entrada de Niko por Cousins acabou por dar mais bola a Jrue Holiday e Rajon Rondo que melhoraram consideravelmente a sua produção. As vitórias amontoavam-se e carimbavam uma passagem aos Playoffs onde encontrariam uns Trailblazers que eram favoritos.
O que aconteceu a seguir chocou o mundo todo (menos a mim que fui dos poucos a dar vitória aos Pelicans). Com relativa facilidade, a equipa de Louisiana sambaria na cara dos Trailblazers com uma vassourada passando à próxima ronda.
Seguiam-se os Warriors onde os matchups foram um problema enorme. Numa série onde as trocas posicionais foram a chave, Kevin Durant obliterou os New Orleans Pelicans e os Warriors ganhariam a ronda em 5 jogos.



A offseason dos Pels divide muitas opiniões. Eu, pessoalmente, acho que pioraram, principalmente pela abordagem que tiveram a esta nova época.
Deixam sair dois membros do 5 titular original. A ida de DeMarcus Cousins para os Warriors já é bem documentada e já manifestamos a nossa opinião sobre isso na forma de um artigo. Por outro lado, a saída de Rondo deverá ser mais impactante do que o esperado. Saem também DeAndre Liggins e o segundo homem a usar Big Baller Brand na NBA, Jordan Crawford.
Há poucas entradas, duas delas para ter papéis importantes no plantel. Primeiro, é de se destacar a maneira como Trevon Bluiett conseguiu um dos 15 lugares da equipa. Não selecionado no Draft deste ano, foi uma das revelações desta Summer League e dada a falta de opções dos Pelicans nas alas poderá conseguir alguns minutos. A certa altura parece que Jahlil Okafor não conseguiria um lugar na liga mas acabou por assinar pelos Pels. Num negócio que foi uma autêntica pechincha, Julius Randle vem dos Lakers para ser uma das mais importantes peças da equipa. Por fim, para ocupar a vaga deixada por Rondo, Elfrid Payton assinou vindo dos Phoenix Suns.


Opinião

Este é um caso bicudo. Tivessem os Pelicans mantido a equipa que os viu chegar à segunda ronda dos Playoffs de 2018 e eu diria que estes eram uma garantia na fase a eliminar. Pouco mudou mas saem peças importantes e entram outras que podem fazer mudar a maneira de jogar.
Elfrid Payton não é, de todo, um Rajon Rondo, nem perto. Por esta altura já não se espera que este seja o jogador que prometia. É um base alto e robusto e pode contribuir no lado defensivo mas dificilmente será uma melhoria a atacar. É um playmaker sólido mas não extraordinário e não é um bom scorer. O seu lançamento exterior é péssimo e por isso não encaixa muito bem nesta equipa (ainda que Rondo também não fosse propriamente bom a lançar de fora). A sua capacidade de compromisso parece ter melhorado já que este finalmente mudou o penteado que lhe cortava parte do campo de visão.
Jrue Holiday está prestes a entrar na melhor época da sua carreira. Sempre foi um excelente jogador com azares em termos físicos e pessoais mas mostrou nestes últimos Playoffs que é um dos melhores bases defensivos da liga e que pode explodir ofensivamente. É provável que volte a ser All-Star.
E'Twaun Moore é claramente o elo mais fraco deste 5 titular e dificilmente faria parte do conjunto inicial de qualquer outra equipa. Será útil para defender alguns alas mais pequenos e para acertar um ou dois tiros exteriores por jogo. A sua presença na linha de triplo abrirá espaços para Anthony Davis e por isso mantém-se como titular.
A posição de Power Forward era a maior dúvida neste conjunto mas a pré-temporada parece ter resolvido essa situação. Nikola Mirotic deverá ser o titular. Parece-me uma opção acertada dado o sucesso da equipa desde a entrada do ex-Real Madrid. Equipa que ganha não mexe e por isso Niko será o típico "Stretch 4" e esticará imensamente o jogo dando a AD um campo de operação enorme no interior.
Para terminar o conjunto inicial, Anthony Davis será a grande figura da equipa, tanto no ataque como na defesa. Afirmou ser "o melhor jogador da liga" e esta deverá ser a época em que vai atacar o troféu de MVP, assim como o de jogador defensivo do ano. Esperem o mundo de AD.
É importante realçar o papel que Julius Randle pode ter nesta equipa. Não sendo titular deverá ser o primeiro homem a sair do banco mudando assim o esquema tático da equipa com Mirotic a passar para extremo e Randle a ocupar parte da zona interior, permitindo a Davis sair para fora da linha de 3 pontos para o lançamento de longa distância. Não sei até que ponto isto será eficaz mas ter essa opção não magoa.
O resto do banco dá pena... Solomon Hill continua a dar graças a Deus pelo contrato que tem e deverá ter alguns minutos. Darius Miller é sempre uma ameaça exterior e isso garantir-lhe-à um papel na equipa, Ian Clark deverá ser a injeção energética da segunda linha, Cheick Diallo e Jahlil Okafor serão os bigs da segunda unidade.
O Oeste está de tal maneira forte que os Pelicans não são uma garantia nos Playoffs. Não se deixem enganar pela prestação do ano passado, a conferência está ainda mais forte e só 8 podem passar à próxima fase. Creio que os Pels estarão, no mínimo, na luta pela postseason. Durante todo o verão afirmei que os Pelicans falhariam os Playoffs com a entrada de Randle dado que iria obrigar à alteração do sistema que tinha vindo a ter sucesso. No entanto, julgando pela preseason, Randle virá do banco, por isso creio que os Pelicans conseguirão um sétimo ou oitavo lugar na conferência Oeste.

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