14 de agosto de 2018

Premier League: 1ª jornada - Rescaldo

Finalizada a 1ª ronda desta nova edição da principal prova Inglesa, está na altura de revermos os factos e dar asas às comparações entre aquilo que foi a nossa antevisão e aquilo que, efetivamente, se sucedeu.

Manchester United x Leicester City

Tal como referimos na nossa análise, o United continua a jogar como uma equipa "pequena" e este jogo não foi exceção. A vitória acabou por surgir e Mourinho teve a sorte do Leicester não ter mostrado engenho para mais. 


Pogba, bem cedo na partida - aos 3', deu a vantagem à sua equipa na transformação de uma grande penalidade. O reds até mostravam mais vontade do que aquela que seria de esperar mas a "surpresa" durou apenas 10 minutos, a equipa sentou-se no meio campo e voltou ao seu estilo bem habitual. O Leicester começou mesmo a tomar conta da posse e a criar jogadas de perigo que faziam antever o empate e não o 2-0.

A espaços, o United também ia circulando a bola mas mostrou sempre uma extrema falta de ideias e muito pouca objetividade. Contudo, o jogo ia decorrendo e o cansaço sentia-se mais do lado dos visitantes. Mourinho geria e parecia feliz com o resultado, mais ainda quando Luke Shaw, a passe de Mata, sentencia a partida com o 2º golo sem resposta aos 83'. 

Ainda assim, o Leicester não desistiu e, de forma bastante merecida, chegam ao golo de honra por intermédio de Vardy - muito oportunista num lance em que a bola ressalta do poste após cruzamento do internacional português Ricardo Pereira, o relógio anotava o minuto 92. 

Conclusão: A nossa análise foi a correta, tudo o que previmos foi demonstrado dentro do campo e, apesar de aparecer apenas nos descontos, o golo das "raposas" há muito que era merecido.

Wolverhampton x Everton


Um excelente espetáculo orquestrado por portugueses! Tal como anunciado, foram 2 equipas em busca do seu espaço e da sua zona de conforto, sem grandes momentos de pressão e com o pragmatismo a impor-se a tudo o resto. O Wolves foi a equipa que, por mais tempo, assumiu as despesas de manter a posse mas esta foi quase sempre muito dividida.


Numa altura em que qualquer um dos conjuntos podia inaugurar o marcador, foi o Everton a demonstrar maior eficácia - livre do lado esquerdo do ataque e uma enorme "salgalhada" na grande área acaba por deixar a bola nos pés de Richarlyson que só teve de encostar.

O Wolves acentuava a vontade de querer ter a bola em seu poder e começava a pressionar um pouco mais as saídas do adversário. Numa dessas situações, Jagielka é apanhado em contrapé por Diogo Jota que lhe rouba a bola e é completamente "assassinado" por uma tesourada do central Inglês, vermelho direto. Como se a expulsão não fosse má o suficiente, Rúben Neves, bem ao seu estilo, aproveita o livre na meia lua da grande área para fazer um autêntico golaço e levantar o Molineux.

Com o empate restabelecido e com vantagem numérica, os homens de Nuno Espírito Santo pensaram ter o jogo "na mão" e entraram no 2º tempo demasiado adormecidos. O conjunto de Liverpool, por seu lado, percebeu que essa seria a oportunidade ideal para surpreender o adversário e começaram a sair muito velozes para o ataque. Depois de 2 avisos, Richalyson volta a fazer das suas - numa arrancada individual e num remate de muita classe, devolve a vantagem à sua equipa.

Tal como seria expectável, o Wolves volta à carga e a nova busca pelo empate. Lembram-se de termos mencionado Rúben Neves de forma especial na nossa antevisão? Parece que o "rapaz" não nos deixou ficar mal. Não só foi dono e senhor do meio campo como, novamente ele, aos 80 minutos, serve de bandeja Jimenez através de um cruzamento com conta, peso e medida para o 4º e último golo da partida. O empate estava consumado.

Conclusão: O jogo correu tal e qual como previmos, com golos de ambos os lados, muito pragmatismo e pouca pressão. O Wolves não perdeu e o resultado foi o mais justo os 2 conjuntos.

Liverpool x West Ham


A turma de Klopp já não vem para ser ensinada e aquilo que se viu nesta partida foi exatamente aquilo que se esperava do Liverpool da temporada passada mas com reforços de grande qualidade e, acima de tudo, uma maturidade muito acrescida. 

Allison foi o eleito para substituir Karius e assumir a vigia da baliza dos reds e a diferença é gritante. A segurança com que os jogadores mais recuados circulam a bola com o seu guarda redes sente-se em qualquer lado do campo e isso é muito importante para a estabilidade da própria equipa. Naby Keita, por seu lado, parece ser o grande boost do Liverpool para esta temporada. O médio guineense joga e faz jogar, mexe com o meio campo de uma forma completamente diferente. Mais dinâmico, atrevido e muito ágil, sempre disponível fisicamente para tabelar com os elementos mais ofensivos e oferecer-lhes uma 2ª linha na transição ofensiva.

O jogo foi dominado pelos anfitriões durante os 90 minutos e golos acabaram por surgir naturalmente. Salah "molhou a sopa" e fez o 1º aos 19', depois de uma ótima jogada e um cruzamento de Robertson que só podia acabar no fundo das redes. Salah, a passe de Firmino, teve uma oportunidade idêntica poucos minutos depois mas Fabianski defendeu por instinto. O West Ham teve a sua única oportunidade nos pés de Arnautovic mas o possante avançado atirou ao lado. E quem não marca... já a terminar a 1ª parte, a defesa londrina fica a dormir e Milner, num excelente esforço, consegue colocar a bola jogável para Mané que só teve mesmo de encostar para uma baliza deserta.

O 2º tempo foi uma continuação daquilo que se vinha passando mas a um ritmo muito mais baixo. O Liverpool jogava a toda a largura do campo e fazia a bola correr de um flanco para o outro - os homens de Pellegrini só viam jogar. Mané, num lance ilegal mas que passou aos olhos do árbitro, fez o 3º golo na partida e 20 segundos depois de entrar em campo, Sturrige fechou o resultado com um "amigável" 4-0.

Conclusão: A nossa previsão não podia ter sido mais acertada. A vitória por 2 ou mais golo surgiu com a maior das naturalidades para uma equipa que está no esplendor do seu futebol e que enfrentou um conjunto que ainda procura as suas raízes, as suas rotinas, e esse é um processo que levará bastante tempo até estar consumado.

Arsenal x Manchester City

A expetativa é grande à volta deste "novo" Arsenal, pois foram 2 décadas de Wenger e os adeptos esperam mais qualquer coisa este ano do que apenas uma qualificação para a Liga  Europa. Ainda assim, é muito ingrato ter de mostrar uma nova cara quando o adversário é nada mais, nada menos, do que o Manchester City.

O conjunto de Guardiola entrou no jogo de forma bastante tradicional, a assumir as despesas da posse e a circular de pé para pé. A diferença é que sabiam que tinham pela frente um adversário "verdinho" e então foram mais objetivos nessa troca de bola. As oportunidades começaram a surgir desde cedo e numa excelente arrancada da esquerda para o centro, Sterling fez as redes balançarem pela 1ª vez no jogo. 

No 1º tempo o Arsenal nunca conseguiu construir verdadeiramente uma jogada com pés e cabeça e o City estava mais do que confortável no seu sistema. Já na 2ª parte, o Arsenal mostrou mais atrevimento, mais vontade de ter a bola no meio campo do adversário e suscitou alguns calafrios para Éderson que "ofereceu" a posse em pelo menos 2 ocasiões. Ainda assim, Bernardo Silva voltou a aparecer com um grande golo que desfez as dúvidas em relação ao vencedor do jogo, se é que existiam algumas. O médio português está num excelente momento de forma e tem recebido muitos elogios do seu treinador.

A grande pergunta que todos fazem neste momento é: quem irá parar este City? Guardiola tem opções para "dar e vender" e a equipa joga um futebol dinâmico, criativo e acima de tudo, muito eficaz. Os adversários simplesmente não parecem estar à altura do desafio e, neste momento, só Klopp e companhia parecem ter alguns argumentos para dificultar a tarefa à equipa de Manchester.

Conclusão: Tal como previsto, vitória tranquila para o City perante um conjunto que acaba de começar uma nova "aventura" e que ainda está à procura da sua verdadeira identidade. Faltaram mais golos e Agüero só não está na lista de marcadores porque não conseguiu bater Cech quando correu mais de 20 metros completamente isolado na cara do guardião dos gunners

Outros Destaques:

Newcastle x Tottenham (1-2) - Os spurs foram a melhor equipa durante a 1ª parte e mereceram a vantagem até ao intervalo. No 2º tempo esperava-se uma atitude mais agressiva da turma de Pocchetino na procura de sentenciar o jogo mas aquilo que se viu foi uma gestão de esforço, algo muito arriscado no terreno do Newcastle. Prova disso é que os homens da casa aproveitaram essa passividade e os espaços concebidos para criar várias situações de perigo e estarem muito perto do empate. O resultado acaba por ser um pouco injusto num jogo em que o Newcastle fez por merecer um pouco mais.

Huddersfield x Chelsea (0-3) - O resulto faz transparecer uma vitória tranquila para o Chelsea mas não foi tão linear quanto isso. É muito difícil chegar, ver e conquistar na Premier League e Sarri vai ter muito trabalho para colocar a equipa a jogar o seu já conhecido futebol. A margem de progressão é muito alta mas os adeptos terão que ter paciência e esperar algumas vitórias "feias" neste início de competição. Apesar de claras melhorias, este ainda não é - not even close - o Chelsea de Sarri. Aquando do golo de Kanté, até era o Huddersfield quem criava mais perigo na partida. A partir daí, o jogo manteve-se muito equilibrado e os homens da casa simplesmente não desistiam do resultado. Jorginho, através de uma grande penalidade bem assinalada, acabaria por dar o mote para a eficácia e para uma maior tranquilidade dos londrinos. Hazard entrou no encontro já perto do final mas ainda foi a tempo de mexer com o jogo e de oferecer o golo a Pedro depois de uma arrancada desenfreada.


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