Num comportamento não habitual para a pessoa em questão, Mark Cuban, o dono dos Dallas Mavericks, afirmou que a época passada seria destinada à reconstrução. Desde o começo da época que foi dito que o seu novo base, Dennis Smith Jr., teria uma época inteira para evoluir e aproveitar o ano em questão para errar e aprender. Era importante entrar com este mindset, estando o Oeste tão sobrecarregado de equipas de qualidade. A aposta no base atlético revelou-se um sucesso já que este teve uma época de estreia extremamente positiva para um rookie Point Guard. Tornou-se num dos poucos jogadores na história da NBA a conseguir fazer médias de 15 pontos e 5 assistências por jogo no seu primeiro ano, deixando assim boas indicações. Harrison Barnes continuou com as suas prestações sólidas ainda que baixasse um pouco o seu rendimento em relação à temporada anterior. Deverá ter sido, no entanto, a sua última época como primeira opção nesta equipa. Estes dois foram o pouco de positivo que esta equipa teve.
Pouco ou nada de positivo podemos apontar aos restantes membros da equipa. Dirk já é uma sombra daquilo que era, havendo até alguns adeptos que pedissem a sua reforma. Como apreciador de basquetebol admito que me custa bastante ver o ex-MVP a arrastar-se pelo campo. Se é verdade que ainda pode dar alguma coisa ao ataque a sua defesa é absolutamente inexistente. Wesley Matthews nunca mais será o mesmo. A grave lesão que teve privou-o daqueles que seriam os melhores anos da sua carreira. Apesar de continuar a ser bastante sólido de trás da linha de triplo, não será um jogador com que se pode contar todas as noites. Yogi Ferrell era uma injeção de energia vinda do banco mas nada mais que isso. Salah Mejri tem o seu valor mas qualquer número que possamos apontar é anulado pela sua "burrice" sendo este um jogador problemático, tendo até sido mandado calar em câmara pelo treinador Rick Carlisle.
Não há mesmo muito a dizer sobre a época transacta da equipa texana. A grande motivação era jogar para o Draft e foi mesmo aí que o futuro da equipa começou a mudar.
Este foi um verão de transição para os Mavericks. Muitas entradas e saídas fazem com que os Mavs estejam prontos para atacar 2018-2019. A sua grande presença de banco, Yogi Ferrell parte para Sacramento. Doug McDermott, um jogador em quem a esperança de se tornar uma boa peça começa a desaparecer, sai para Indiana onde, estranhamente, consegue um excelente contrato. O contrato de Josh McRoberts chega ao fim e com as lesões que tem tido será difícil encontrar uma equipa que ainda queira os seus serviços. Jonathan Motley foi trocado para os Clippers numa troca que nada trás aos Mavs a não ser os direitos de um jogador internacional que nunca virá para a NBA. Jeff Withey parte para a Europa onde será um jogador preponderante. Por fim, Nerlens Noel acaba a sua estadia em Dallas depois de ser absolutamente queimado. A sua reputação leva um duro golpe após uma suspensão pelo consumo da Maria e da Joana.
As entradas passam, maioritariamente, pelo Draft. Primeiramente, aquele que é a maior promessa europeia de sempre, Luka Doncic. Nunca um miúdo de 19 anos teve um currículo ou uma mãe tão impressionante. Antes de chegar à casa dos 20, Luka conta já com uma Euroleague, 3 ligas espanholas, um Eurobasket, 2 taças do Rei de Espanha, MVP da Euroleague e do seu Final 4, MVP da Liga Espanhola, etc. Podíamos ficar aqui mais algum tempo a contar tudo que este jovem já ganhou. Promete ser uma excelente seleção por parte de Dallas. Também no Draft, Dallas escolheu Jalen Brunson, um dos mais cotados jogadores do circuito universitário americano, um homem com nome de jogador em Ray Spalding e uma promessa de uma família que é agora famosa, Kostas Antetokounmpo. Que noite para Dallas!
A Free Agency trouxe apenas 3 nomes, entre eles um bem grande. Aaron Harrison consegue um lugar definitivo após ter feito 9 jogos na última temporada e ter estado na equipa da Summer League deste ano. Devin Harris volta à equipa onde fez grande parte da carreira meros meses após ter saído. A grande contratação foi mesmo o poste DeAndre Jordan. Três anos depois de ter falhado a sua aquisição, Mark Cuban desta vez não deixa DeAndre escapar ainda que este esteja ligado à equipa apenas por um ano no valor de cerca de 23 milhões de dólares.
Opinião
Os Dallas Mavericks estão muito, muito melhores que no ano passado. As boas notícias começaram com Nowitzki a aceitar um papel de Sixth Man. Nesta altura da carreira, o alemão percebe que já não é o que era, nem sequer perto disso. O facto de que aceita vir do banco e jogar menos minutos vai aumentar a produção da equipa do Texas. Rick Carlisle poderá assim gerir melhor os minutos dados, principalmente a jovens jogadores. Espera-se, obviamente, que Dennis Smith Jr. cresça bastante como jogador. Deu boas indicações na sua primeira época mas agora o espaço para erros vai ser menor. Ainda assim, é um dos favoritos ao prémio de jogador com melhor evolução.
Espera-se que Luka Doncic seja a primeira opção de Dallas desde o primeiro dia. Os adeptos já esperam que este seja a cara da franquia para a próxima década. Altas expetativas podem dar para o lado errado mas a verdade é que já vimos Luka dominar contra competição da NBA, All-Stars incluídos. O grande problema de que ninguém está a falar poderá ser um possível choque entre Luka e o treinador Rick Carlisle. Se é verdade que é um dos melhores treinadores da liga, podemos também dizer que é dos que menos liberdade dá. É Carlisle que decide cada jogada da equipa e isso já caiu muito mal com atletas como Rajon Rondo anteriormente. Esperemos que tudo corra bem com a equipa atual e que tenhamos um Doncic a 100% física e mentalmente.
Com a chegada do esloveno, deverão haver duas mudanças de posição. Wesley Matthews deverá passar para Small Forward e Harrison Barnes para Power Forward. Com Matthews espera-se mais do mesmo. Sólido a defender e uma ameaça de três pontos. A mudança do Black Falcon para a posição de 4 pode tirar o melhor dele dado o panorama posicional da NBA atual. Jogando a 4 poderá esticar o jogo dado que é um lançador exterior bastante sólido. Poderá também fazer uso do "trabalho sujo" de DeAndre Jordan para conseguir alguns cestos lá de baixo. Para Jordan, será exatamente aquilo que o vimos a fazer a carreira toda. Cestos certos, MUITOS ressaltos, uma combinação pick-and-roll com Doncic e/ou Dennis Smith Jr. que promete ser bastante perigosa e por fim, claro, ser uma âncora defensiva.
Do banco, Dirk dará um impulso no ataque. O lançamento é sempre a última parte do jogo a deixar um jogador. JJ Barea continuará a ser a pulga que vem do banco para dar energia e mexer com o jogo. Dorian Finney-Smith trará garra e defesa, Dwight Powell capacidade atlética e ainda mais domínio das tabelas. Maxi Kleber, uma surpresa na última temporada, promete ser uma peça sólida ao esticar o jogo da segunda unidade.
Não vou mentir, tenho pena de Dallas. Estando do outro lado do país eu garantiria que se não houvesse qualquer lesão estes iriam aos Playoffs. No Oeste... parece tarefa impossível. A conferência está saturada de boas equipas e nunca os Mavericks conseguirão ser melhores que uns Pelicans ou até mesmo uns Grizzlies. Por estas razões, não os vejo a conseguir mais que um 12º lugar na conferência.
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