20 de setembro de 2018

Previsão de Época: Cleveland Cavaliers

Mais um dia e mais uma análise. A maior parte das equipas tentam melhorar com uma ou outra peça, outras implodem o seu plantel com a intenção de reconstruir. Estes são os dois modus operandi habituais mas ainda assim há casos especiais. A exceção deste ano e talvez a maior incógnita da NBA para a próxima temporada são os Cleveland Cavaliers.




Há um ano atrás admito que estava pasmado com a equipa dos Cleveland Cavaliers. Ainda que tivessem perdido o seu número 2, Kyrie Irving, tinham conseguido um candidato a MVP em Isaiah Thomas e um role-player de excelência em Jae Crowder. Ter LeBron James significa que se é automaticamente candidato ao título. Ao juntar a este nomes como Dwyane Wade, Jeff Green e Derrick Rose fica-se entusiasmado com a possibilidade de uma nova final com os Warriors. A realidade no entanto, é bem mais dura. A época começou pessimamente no norte do país americano. Esta equipa que tinha tanta profundidade e que prometia tanto acabou por nunca conseguir engatar a segunda mudança. Seja pela grave lesão de IT, os demónios na cabeça de Derrick Rose ou a rumorada falta de vontade dos restantes membros da equipa não chamados LeBron James, tudo correu mal. Tudo isto levou a uma autêntica revolução a meio da época que viu a equipa ser completamente remodelada. Saíam Jae Crowder, Channing Frye, Derrick Rose, Iman Shumpert e Dwyane Wade. Entravam Jordan Clarkson, George Hill, Rodney Hood e Larry Nance. Revolução feita e os resultados foram imediatos com uma série de vitórias e uns Cavs revitalizados. Essa forma, no entanto, seria algo intermitente. Ia e vinha. Eram inconsistentes e podia-se apenas contar com LeBron James numa base regular. Isto e um Este extremamente fraco foram as razões para os Cavaliers conseguirem um quarto lugar na conferência que sabia a muito pouco dadas as ambições iniciais da equipa.
Chegados aos Playoffs, toda a gente contava com Playoff LeBron e um entourage que o armasse. Tivemos apenas um desses, e vocês sabem qual. LeBron James e companhia acabariam por ter a série de primeira ronda mais difícil da carreira do rei. Victor Oladipo assumiu-se como uma estrela na liga ao levar os Cavaliers de James a 7 jogos, muitos deles sendo extremamente próximos (e com polémicas à mistura). Nunca LeBron esteve tão perto de ser arrumado numa primeira ronda e as preocupações levantaram-se imediatamente.
Falei em preocupações? Erro meu. Não fossem os Cavs defrontar o seu bobo da corte pessoal, os Toronto Raptors. Depois de uma época fantástica parecia que ia ser desta que os Raptors iam levar a melhor sobre o rei. Não aconteceu. Pior, levaram uma vassourada e foram arrumados em 4 jogos. Há coisas que nunca mudam.
A opinião de todo o mundo estava mudada e esperava-se que os Cavs fizessem trabalho fácil de uns Celtics sem Gordon Hayward e Kyrie Irving. No entanto, Terry Rozier, Jaylen Brown e Jayson Tatum tinham outros planos. Numa breakout series, ambas as equipas lutaram onde o fator casa estava a ser decisivo até ao último jogo. Os Cavaliers foram a Boston ganhar um jogo 7 numa série entusiasmante que quase que foi um passar da tocha.
Por fim, as finais. LeBron James quase coroava uma das melhores performances de sempre nas finais no jogo 1 até que George Hill falhou um lance livre decisivo e JR Smith se esqueceu que o jogo estava empatado. Os Warriors acabariam por ganhar o jogo em prolongamento. Ganhariam também a série num sweep de 4 jogos. Este seria o fim de uma era.




Vida nova para os Cavaliers nesta temporada prestes a começar. Sai a grande figura da sua história, LeBron James, o que automaticamente os tira da lista de candidatos e os atira para o meio da NBA em termos de qualidade. Sai também Kendrick Perkins, veterano que pouco ou nada jogou mas que tinha uma forte presença de balneário. Jeff Green que, na ausência de Kevin Love, se revelou importante na série contra os Raptors e, sobretudo, contra os Celtics, sai também. Por fim, Jose Calderon vai para Detroit numa saída que não terá grande importância.
Poucas entradas para os Cavaliers. Isaiah Taylor consegue outra oportunidade na NBA, ainda que não se espere que tenha muitos minutos ou influência. Channing Frye volta onde foi muito feliz apenas uns meses depois de ter saído. Há também a entrada de Sam Dekker. Uma aquisição que passou por baixo do radar de muitos analistas mas que poderá ter a sua importância já que o produto da universidade de Winsconsin tem o seu devido valor e poderá mostrar isso com os minutos que lhe forem dados. A mais importante entrada é, no entanto, a de Collin Sexton. A escolha dos Cavaliers no Draft deste ano é uma aposta para ser o base dos Cavs na próxima década. Trata-se de um scorer nato com uma defesa sufocante. Deverá contribuir logo a partir do primeiro dia.
Nota também para a renovação de contrato de Kevin Love que assinou um max-contract no valor de 113 milhões nos próximos 5 anos.


Opinião

A vida dos Cavs nunca será a mesma. Todo o jogo da equipa do estado de Ohio passava por LeBron James, de uma maneira ou de outra. A verdadeira prova de Tyronn Lue começa agora. Terá que gerir uma equipa dos que ficaram e mudar radicalmente o estilo de jogo. Ainda que Collin Sexton seja uma mais valia, a grande falha do seu jogo é mesmo a capacidade de fazer jogadas para os seus colegas, um grande problema para um base. JR Smith ou Kyle Korver deverão lutar pela posição de Shooting Guard e ambos têm qualidade de titular. Cedi Osman deverá ocupar a posição número 3 e, pessoalmente, espero uma grande melhoria da sua parte. Diria mesmo que poderá ser um candidato ao prémio de jogador com melhor evolução. Seria esperado que Tristan Thompson fosse o big man da equipa mas reports dizem que Larry Nance poderá ser o escolhido. Resta-nos aquele que é agora a estrela da equipa, Kevin Love. Aqueles que já estão a pôr os Cavs fora da corrida pelos Playoffs claramente não se lembram do que é um Kevin Love como foco central de uma equipa, nem o quão enfraquecido o Este está. Não se sabe se K-Love conseguirá voltar ao que era sendo que já muito tempo passou e este teve que se adaptar ao jogo atual e à sua posição na equipa. Porém, espera-se que esteja na casa dos 25 pontos por jogo e, no mínimo, uns 12 ressaltos. Um vintage Kevin Love deverá ser o suficiente para manter os Cavaliers na luta pelos Playoffs.
A todos os nomes mencionados acima juntam-se Jordan Clarkson, Rodney Hood, David Nwaba e Sam Dekker numa equipa que tem uma enorme profundidade.

Essencialmente, há dois fatores que fazem com que os Cavaliers estejam na luta pelos Playoffs. Primeiramente, Kevin Love e tudo aquilo que ele pode trazer como primeira opção. Em segundo lugar, a extrema profundidade da equipa. Por outro lado, há um problema que pode revelar ser vital num possível fracasso dos Cavs, a falta de capacidade criativa da equipa. Não há um verdadeiro playmaker no seu plantel e isso poderá ser o fator X na equação que é esta equipa.
Espera-se que estejam na luta pelos Playoffs até ao último dia da época e que, possivelmente, entrem na postseason. Porém, e este "porém" é mesmo muito grande, há sempre a possibilidade de implodirem a equipa e trocarem todos os seus veteranos. Se tivesse que apostar diria que não o vão fazer, já que ofereceram um contrato enorme a Kevin Love, mas seria ignorante excluir essa possibilidade.

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