25 de setembro de 2018

Previsão de Época: Detroit Pistons

Depois de uma estadia curtíssima na conferência Oeste voltamos para o lado direito dos Estados Unidos da América. Como já dizia Eminem "Yo everybody from the 313 put your *bip* hands up and follow me". O código postal não me deixa mentir e hoje falamos sobre os Detroit Pistons.




Está a fazer um ano que os Pistons eram vistos que uma "quase-certeza" nos Playoffs. O verão de 2017 foi um de trabalho para estes que viram entrar um dos melhores defesas de perímetro da liga, Avery Bradley. Este seria o impulso que se pensava ser o que fizesse os Pistons dar o próximo passo. Reggie Jackson era então visto como um sólido base titular na liga. Esperava-se que Stanley Johnson crescesse com a equipa. Tobias Harris é um daqueles jogadores com quem se pode sempre contar e está em constante melhoria. Drummond é a estrela da equipa e um autêntico monstro de garrafão. Ao fazer um defesa de elite entrar para este 5 titular julgava-se que o mínimo era mesmo uma ida aos Playoffs, ainda que apresentassem um banco algo fraco.
A época começou surpreendentemente bem para os Pistons que ganhavam jogos liderados por um Tobias Harris a todo o gás. A certa altura estiveram mesmo no topo da conferência com os Orlando Magic (juro que isto não é brincadeira). Nos primeiros 20 jogos da temporada passada a equipa da "Motor City" foi das melhores da liga com um excelente registo de 14-6. A partir daí começaram os problemas. Depois de uma série de 8 jogos a perder, Detroit nunca mais voltou à boa forma. Daí para a frente haveria uma alternância entre várias derrotas seguidas ou inconsistência de resultados.
Esta onda de inconsistência obrigou a direção a tomar medidas. Medidas essas que podem estragar o futuro da equipa porque num negócio de suicídio económico, os Pistons mandaram Avery Bradley, Tobias Harris, Boban Marjanovic e duas escolhas no Draft (uma de primeira e outra de segunda ronda) para LA numa troca em que o retorno foi Willie Reed, Brice Johnson e o altamente cotado Blake Griffin.
Nos 25 jogos que fez pelos Pistons, Griffin não conseguiu evitar o fracasso que foi a época da equipa.
Os Pistons acabariam por ficar um lugar abaixo do último que daria acesso aos Playoffs.




Depois de uma época tão instável, seria de esperar que houvessem muitas entradas e saídas em Detroit mas esse não foi o caso. Apenas duas saídas, de dois homens que tinham o seu estatuto e lugar na rotação do conjunto. James Ennis sai para Houston onde poderá ser uma boa peça para o sistema de D'Antoni. Anthony Tolliver volta aos Minnesota Timberwolves ainda que não faltasse muito para ter jogado em todas as equipas da liga.
O Draft trouxe duas caras novas para Detroit. A escolha de primeira ronda, Bruce Brown, que promete lutar por minutos, e também um atleta com nome de craque de marca branca, Khyri Thomas. Os Pistons contam agora também com 3 veteranos. Glen Robinson III chega para competir com Stanley Johnson para o lugar de Small Forward, Calderon dá experiência e sabedoria à equipa ainda que chegue para ser o terceiro base atrás de Reggie Jackson e Ish Smith. Por fim, calibre de campeonato na forma do veterano Zaza Pachulia.
A grande adição à organização foi mesmo na equipa técnica. Stan Van Gundy sai e no seu lugar fica o atual treinador do ano, Dwayne Casey. A ver o que poderá trazer em Detroit.


Opinião

Os Pistons são aquela pessoa que até anda no mesmo meio que vocês mas que é difícil clicar com ela. É simplesmente desinteressante e sabemos que nunca vai passar daquilo. Essas equipas são necessárias na NBA mas chegar a um estado em que tudo aquilo por que se luta é ir aos Playoffs e levar uma vassourada é só triste. Reggie Jackson é um base titular que não justifica a sua escolha. É extremamente ineficiente e a sua produção não justifica o seu ego. Reggie Bullock foi dos poucos aspetos positivos da última temporada dos Pistons, uma boa surpresa. Ainda que o seu contributo ofensivo seja algo limitado, um espetador atento sabe que este vai dar tudo na defesa e ser uma mais valia. Trata-se de um jogador em ascensão que tem vindo a ser bastante subvalorizado. Stanley Johnson por outro lado continua a ser uma decepção. Tem todas as condições para ser um ótimo jogador, especialmente do lado defensivo. No entanto, tem um ego do tamanho do mundo. Nem com o ex-treinador a chama-lo à atenção várias vezes em público ele tentou mudar. Poderá evoluir com Dwayne Casey mas sem mudar o mindset não conseguirá nenhuma melhoria. O dois da frente são a força que deverá arrastar a equipa. Não há qualquer tipo de dúvida acerca do talento e qualidade de Blake Griffin. A sua saúde tem sido o seu único problema. Drummond acaba de sair da melhor época da sua carreira e tem estado em constante melhoria. Será este o ano em que o vemos a lançar? O sucesso desta equipa deverá depender muito de como estes dois conectam. É importante que Blake consigo esticar o jogo e tem vindo a melhorar essa vertente. Drummond tem apenas que fazer o seu jogo interno.
Ainda que se espere um bom crescimento da parte de Luke Kennard e Henry Ellenson, o banco é extremamente fraco. Está, com certeza, entre os piores de toda a liga. A falta de profundidade é tremenda.
Acabo o artigo da mesma maneira que comecei. É fácil prever o que os Pistons vão fazer durante a temporada. Estarão na luta pelos Playoffs durante toda a época regular e dependendo do quão ocupado o departamento médico vai estar podem, ou não, ter sucesso no seu objetivo. Diria que tendo Blake Griffin saudável durante 60 jogos deverão conseguir atingir os Playoffs, no entanto, é bem provável que isso não aconteça. Por enquanto, vou acreditar e dizer que sim, não excluindo a possibilidade de ver os Detroit Pistons a mexer na equipa até Fevereiro.

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