26 de setembro de 2018

Previsão de Época: Golden State Warriors

California Love! Depois de muitos dias no Este e de passagens pelo Texas e as montanhas do Colorado chegamos finalmente às boas praias do continente americano. E chegamos ainda em festa, não fosse o tema de conversa de hoje os campeões em título, Golden State Warriors.


Até o mais desatento adepto de basquetebol está a par dos feitos recentes desta equipa. O terceiro título em 4 épocas veio confirmar o esperado: estes Golden State Warriors são oficialmente uma dinastia.
Há um ano atrás era expectável o mais óbvio dos desfechos, mais um título para os Golden State Warriors. O seu quarteto de All-Stars havia-se mantido intacto e não havia qualquer razão para esperar algo que não fosse os Warriors a "passear" pelo país e a colecionar vitórias. Ainda que se tivessem mantidos confortáveis, a história teve alguns percalços pelo meio, a começar por uma derrota na noite de abertura para uma equipa que viria a ser (temporariamente) melhor que os homens da "Bay Area". Enquanto que todo o mundo apostava dinheiro nos Warriors para terminarem a temporada regular no topo da NBA e, consequentemente, em primeiro na conferência Oeste, os Houston Rockets jogavam um basquetebol revolucionário e mantinham-se a uma distância confortável dos campeões. No entanto, o estado de preocupação de Curry e companhia não estava nem sequer perto do nível de urgência que a imprensa lhes impunha.
Ainda que Curry, Durant, Green, Klay Thompson e até Andre Iguodala passassem bastante tempo no departamento médico, nunca todos se lesionavam ao mesmo tempo. Isto refletiu-se em algumas derrotas surpreendentes mas nada que causasse o pânico em Oakland. Os Rockets terminavam a temporada regular à frente de Golden State e os média espalhavam o caos e publicitavam um possível encontro nos Playoffs que poderia ditar a queda do reinado corrente.
Os Warriors chegavam então aos Playoffs onde meteram uma nova mudança. Agora era a sério. Ainda que sem Steph Curry, os campeões derrotavam os Spurs em 5 jogos onde nem Gregg Popovich conseguiu limitar o jogo acelerado dos favoritos ao título.
Seguiu-se uma série com New Orleans onde se esperava que Anthony Davis desse muito trabalho aos homens de Golden State. Os Pelicans simplesmente não conseguiram lidar com os matchups impostos pelos Warriors e Kevin Durant fez gato sapato da equipa da "Big Easy". Warriors em 5 novamente.
Chegávamos então à série mais esperada do ano. Os campeões e ainda favoritos Golden State Warriors contra a nova marca revolucionária de basquetebol, os Houston Rockets. Admito que foi uma série quase perfeita. Cada jogo parecia dar um rumo diferente à série. No primeiro, com uma vitória confortável, parecia mais uma série fácil para GSW. Os Rockets ripostavam com uma vitória enorme enquanto que os Warriors lhes davam o troco no jogo 3. A série chegava ao seu ápice nos jogos 4 e 5 já que os Rockets mostravam de que raça eram com vitórias curtíssimas em ambos os jogos. Estava mesmo para acabar o domínio azul e dourado... até que Chris Paul foi abaixo. Após a lesão nunca mais foi um confronto justo (até porque nem os árbitro ajudaram). O fim de uma era esteve a uma vitória de acontecer, no entanto, Golden State venceriam os jogos 6 e 7 e ganhavam nova passagem para as finais.
As finais seriam mais daquilo de que já ninguém pode ver, Golden State Warriors vs Cleveland Cavaliers. O jogo 1 foi deveras surpreendente com LeBron James a ter uma das melhores prestações da história das finais e com JR Smith a ter um dos maiores lapsos de sempre ao esquecer-se do resultado do jogo. Os Warriors ganhariam esse jogo e os próximos 3 com Kevin Durant a mostrar que é toda outra besta nas finais e que esta rivalidade já cheira mal. A coroação da época daquela que é, na minha opinião, a melhor equipa de sempre.


"The rich get richer". É algo que ouvem os vossos familiares a dizer em relação a assuntos políticos ou quando a Apple lança um novo produto mas pode, também, ser aplicado aos Golden State Warriors e ao verão que estes tiveram.
É relevante relembrar que acabam por perder algumas peças importantes na sua rotação. Patrick McCaw, depois daquela lesão muito feia, acaba o seu contrato e é Free Agent ainda em recuperação. Penso que seria fácil arranjar uma equipa numa situação normal mas a sua condição física pode fazer da vida dele bem complicada no que toca a arranjar alocação. Há também a saída de dois dos Centers da equipa, algo que se adivinhava com a evolução notória de Jordan Bell. JaVale McGee sai com a sua imagem renovada e dois anéis depois de ter entrado na equipa como um autêntico meme. Zaza Pachulia sai como o jogador mais odiado da NBA, graças ao episódio com Kawhi Leonard em 2017, mas também com 2 anéis. David West, depois de um fim de carreira em que foi também um caça-anéis, reforma-se como bicampeão naquela que foi uma bela carreira. Por fim, o fan favorite, "Swaggy P" Nick Young é também Free Agent.
Quanto às entradas... vocês já me viram a reclamar sobre isto. Com a sua escolha de primeira ronda no Draft deste ano, Jacob Evans junta-se de imediato a uma equipa candidata. Numa das movimentações mais subvalorizadas desta Free Agency, Jonas Jerebko junta-se ao Warriors onde vai encaixar perfeitamente e possivelmente jogará muito tempo a Center. Por fim... DeMarcus Cousins. Sim, para quem vive debaixo de uma pedra, é mesmo verdade. Um dos melhores postes da liga é agora um Warrior. Para quem ainda tinha dúvidas, temos agora o melhor 5 titular da história da liga, com uma longa distância para todos os outros.

Opinião

Parabéns aos campeões da NBA de 2019, os Golden State Warriors!
Fora de brincadeiras, esta equipa é absolutamente absurda a nível de talento. Steph Curry é um jogador revolucionário que mudou a liga por si só. Até mais que LeBron é o atleta que os jovens que praticam a modalidade tentam emular. A sua capacidade de longa distância fica para a história e a única coisa que o fez abrandar foi adicionar mais um craque à sua equipa. Klay Thompson, a mesma coisa em relação ao lançamento. O segundo melhor lançador de sempre apenas atrás do seu parceiro no backcourt (desculpa Ray Allen, não há volta a dar). Raramente tem a bola nas mãos e quando esta lá chega está automaticamente a sair para entrar nas redes. A esta capacidade de lançamento ridícula junta-se uma defesa que tem vindo a melhorar de ano para ano e é agora das melhores da liga em termos de perímetro. Kevin Durant é o segundo melhor jogador do mundo. É o scorer mais versátil de sempre, tentem convencer-me do contrário. Aliás, desafio os meus leitores a dizerem-me qual a maior falha no seu jogo. Draymond Green é a chave desta equipa. Não há literalmente nada que ele não faça. É quem mais faz jogar e a par de Durant o que mais defende. Tem sido constantemente dos grandes nomes da liga no que toca a defesa. A estes junta-se DeMarcus Cousins. Um dos melhores postes da liga. Se o grande defeito dos Warriors era o jogo interior conseguem aqui o melhor jogador interior da liga, estando saudável. Mesmo que volte 50% do jogador que era os Warriors ficam a ganhar.
O próprio banco é excelente. Shaun Livingston é uma garantia de qualidade a vir da segunda unidade com excelente criatividade e um jogo de meia distância exemplar. É daqueles que faz o que sabe e não precisa de mais. Jonas Jerebko vai encaixar na equipa como uma luva. Vai esticar o jogo e pode trocar com qualquer membro do frontcourt na defesa. Jordan Bell deverá continuar o seu crescimento e é uma injeção de energia. Por fim, o líder da segunda unidade que está sempre lá quando está os jogos estão mais apertados, Andre Iguodala. É dos melhores defesas de perímetro das últimas duas décadas e poderia ser titular na grande parte das equipas da liga mas escolhe ganhar anéis.
Qualquer um dos membros do 5 titular consegue lançar e quase todos conseguem defender várias posições o que leva a trocas na defesa e correspondências com as quais os adversários não vão conseguir lidar. Obviamente que a expetativa para esta equipa é que saia da conferência em primeiro lugar e que acabe por ganhar sem nunca suar muito.

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