MLS - 20ª Jornada - Resumo/Análise Pós-Jornada

Findada esta jornada da mais importante competição futebolística dos Estados Unidos, passemos os olhos pelos acontecimentos que tiveram lugar um pouco por todo o território.

New York Red Bulls vs Sporting Kansas City

A equipa do Sporting Kansas City foi até Harrison para defrontar os New York Red Bulls, numa partida onde se esperava, apesar da possível instabilidade que uma mudança de treinador por vezes causa, que a equipa da casa saísse vencedora de forma relativamente fácil. É certo e sabido, para qualquer pessoa que acompanhe esta liga, que Kansas City não são uma equipa a ignorar, no entanto, a sua forma recente e registo como visitante apontavam para que pudessem mostrar algumas dificuldades.

Foi assim, de facto, que o jogo se iniciou. Os Red Bulls mostraram-se mais ofensivos e controladores, chegando ao golo logo aos 4 minutos, com Bradley Wright-Phillips a aproveitar um excelente passe de Kaku e a balançar as redes. O lance foi inicialmente anulado, decisão que seria revertida pelo VAR. A resposta do adversário foi rápida, aproveitando uma defesa dos Bulls que se mostrou estranhamente passiva, e o empate foi restabelecido aos 8 minutos por Johnny Russell. Um terrível erro de Parker, poucos minutos depois, poderia ter piorado ainda mais as coisas, não fosse Sallói acabar por perder a oportunidade com que foi presenteado. Não só a equipa da casa acusou estas situações, como elas serviram também para galvanizar o adversário, tendo os SKC estado tranquilos e no controlo durante o resto da 1ª parte.

O 2º tempo iniciou-se mais dividido, mas foram os forasteiros a chegar ao golo, passando a estar em vantagem após golo de Espinoza, aos 51 minutos. Parecia, nesta altura, que os Bulls estavam condenados a sofrer uma derrota caseira. No entanto, Chris Armas não se resignou e lançou, aos 60 minutos, Marc Rzatkowski, ele que viria a ser a figura chave no resultado final. Com 2 remates de longa distância (72 e 79 minutos), virou o resultado a favor dos Bulls, que agarraram na partida e deixaram para trás os seus momentos menos bem conseguidos.

O resultado acabaria por não sofrer mais alterações, marcando assim a primeira vitória de Chris Armas no comando da equipa das bebidas energéticas. Kansas City mostrou-se a bom nível, mas acabou por cometer o erro de abrandar o seu jogo demasiado cedo.

Uma boa partida e um desfecho que se justifica pela exibição dos anfitriões nos últimos 25 minutos de jogo. Rzatkowski, pelo seu impacto, é o nosso homem da jornada.

New England Revolution vs Los Angeles Galaxy

Saltando umas centenas de quilómetros para norte, chegamos ao Gillette Stadium, onde os New England Revolution receberam os Los Angeles Galaxy. Uma expressão com a qual nós, portugueses, estamos familiarizados, é a famosa “morrer na praia”. Ora, esta equipa da Nova Inglaterra, quiçá influenciada pela forte presença de descendentes lusos existentes na região, é uma espécie de expert no que toca à aplicação dessa mui antiga tradição, algo que foi possível constatar (mais uma vez) nesta partida.

Dizer que os Revs estiveram por cima do jogo durante a maior parte dos 90 minutos é justo, mesmo tendo a posse de bola estado do lado dos Galaxy. Mesmo após a expulsão de Penilla, após reagir mal a uma falta de Alessandrini, os Revolution não se deixaram intimidar, chegando mesmo à vantagem no marcador. Fagúndez, com uma boa finalização após uma bela jogada, fez o 1-0 aos 28 minutos e mais oportunidades de perigo surgiram em seguida. No entanto, haveriam de ser os Galaxy, numa das poucas vezes que incomodaram seriamente Turner, a chegar ao golo. Chris Pontius, aos 38 minutos, igualava a partida, apenas para ver o seu esforço ser deitado por terra alguns minutos depois, quando Caicedo, com o seu primeiro golo na MLS, a colocar os Revolution em vantagem mesmo em cima do intervalo.

O segundo tempo trouxe mais do mesmo, com os Galaxy, apesar da maior posse de bola, a não conseguirem aproveitar a vantagem numérica – talvez faltasse Ibrahimovic, que não fez a viagem até à costa este. Mas se estes falharam em aproveitar essa vantagem, a equipa da casa também falhou em aproveitar o domínio ofensivo de que dispunha, o que acabaria por se revelar fatal. Poderia pensar-se que, após verem Ashley Cole ser expulso, os Galaxy estariam em maus lençóis, mas não foi o caso. Tanto que não foi, que já em tempo de compensação, após cobrança de um canto e com a colaboração da fraca defesa caseira, a equipa da cidade dos anjos deu mesmo a volta ao resultado (Romney aos 90+2 e Pontius aos 90+3), acabando por sair vitoriosa.

Falar de justiça no futebol é sempre algo complicado, mas se há algo que se pode dizer acerca deste jogo, é que quem sofre dois golos tão tardios e de forma tão, perdoem-me a expressão, idiota, não merece conseguir qualquer ponto. Friedel deve pensar em reforçar a defesa e criar melhores rotinas nas linhas mais atrasadas, pois o principal problema da equipa de New England passa por aí. O ataque, esse mostrou que é mais do que capaz de fazer estragos caso tenha espaço para isso, ainda que talvez precise de uma ligeira afinação no que toca a eficácia.

Orlando City vs Toronto FC

Saltando para a Florida, chegamos ao jogo dos aflitos, entre Orlando City e Toronto FC. Naquele que era um jogo importantíssimo para ambas as equipas, pois poderia pôr travão a uma série negativa, foi Orlando (que, aliás, tem mostrado melhorias desde que O’Connor assumiu o comando) a levar os 3 pontos. Ambas as equipas tentaram, mas acabou por ser a formação caseira a pôr travão à sua série negra (9 derrotas consecutivas), com golos de Dwyer (34min) e Schuller (48min). Toronto fez por responder, mas apenas conseguiu reduzir já em tempo de compensação, com um golo de Hagglund (90+3).

Uma partida que pode marcar o ressurgimento dos leões da Florida e que põe, muito provavelmente, o último prego no caixão da equipa canadiana, que tinha definido Julho como o seu mês de do or die. Este mês ainda não findou, mas parece que die é mesmo o veredicto final.

Los Angeles FC vs Portland Timbers

Na costa oeste, mais concretamente na cidade de Los Angeles, ainda afectada pelo forte calor que assolou os Estados Unidos nas últimas semanas, deu-se aquele que poderia ser o jogo da jornada. A equipa local, os Los Angeles FC, receberam os fortes Portland Timbers, naquilo que prometia ser uma boa partida de futebol entre duas das mais fortes equipas da liga.

A nossa previsão apontava para o empate como a mais forte possibilidade, e foi precisamente isso que aconteceu, ainda que talvez esperássemos um empate com, pelo menos, um golo para cada lado. No entanto, assim não aconteceu, e o jogo terminou mesmo com 0-0 no marcador. Os Timbers mostraram-se mais objectivos e com um maior à vontade ofensivo durante o primeiro tempo, mas sem consequências de maior, enquanto os anfitriões controlaram mais a posse de bola. O segundo tempo não trouxe nada de novo, mantendo-se o equilíbrio no jogo, verificado até ao apito final. Nem a expulsão de Nguyen, após uma falta perigosa sobre Blanco, alterou o rumo do jogo.

Ambas as equipas tiveram as suas hipóteses, mas, no final, o resultado aceita-se perfeitamente. As duas formações mantêm as suas séries invencíveis (LAFC ainda não perdeu em casa e Portland não perde há 12 encontros) e assumem-se como fortíssimos candidatos a terminar a época nos lugares mais altos da sua conferência.

Outras Partidas

New York City FC 2-0 Columbus Crew

Mais uma partida na qual os Crew deram boa conta de si, mas, mais uma vez, saíram derrotados. Desta feita, por culpa própria, pois um erro defensivo deitou tudo a perder quando o jogo parecia encaminhado para um empate que, de resto, seria um resultado justo para o que se passou em campo no total dos 90 minutos. Mas assim não foi, e a equipa da casa aproveitou a quebra final de Columbus, vencendo mais uma partida caseira. Columbus continua a perseguir o jogo que acabará com o mau momento de forma pelo qual passam.

Montreal Impact 2-0 San Jose Earthquakes

Uma partida que nada teve de surpreendente. Montreal tem mostrado que bater em equipas fracas é um dos seus pontos fortes, confirmando isso com uma vitória caseira frente aos Earthquakes. Embora o jogo não tenha sido absolutamente dominado pela equipa do Québec, os Quakes nunca estiveram realmente perto de alcançar a vitória. E como não podia deixar de ser, Piatti fez o gosto ao pé.

FC Dallas 3-1 Chicago Fire

Resultado previsível, exibição previsível. Embora os Chicago Fire não possam ser considerados uma má equipa, não era de esperar que causassem muitos problemas a um claramente superior FC Dallas. Domínio total dos texanos, que mostraram o porquê de serem líderes da conferência oeste.

D.C. United 3-1 Vancouver Whitecaps

Estreando o seu novo estádio, os D.C. quereriam, por certo, vencer e começar esta nova era da melhor forma possível. E assim aconteceu, recebendo e vencendo os Whitecaps por 3-1. As estatísticas apontam para um equilíbrio geral, mas o facto é que Vancouver apenas apertou o cerco após a equipa da casa já estar fora do alcance. Asad marcou um belo golo, inaugurando as balizas do Audi Field da melhor forma possível, sendo que Wayne Rooney entrou em campo na segunda parte. Sem ter grande impacto, a sua entrada serviu para dar algum brilho extra ao que já era uma noite especial para a equipa da capital. Uma vitória justa que pode relançar esta equipa na luta pelos playoffs, especialmente se contarem com mais um ou dois reforços nas próximas semanas. 

Minnesota United 3-2 Real Salt Lake

Mais uma vez, Minnesota a provar que não é fácil jogar no seu terreno. Sem mostrarem superioridade, os Loons venceram o Real Salt Lake por 3-2, tendo mesmo estado a vencer por 3-0, por intermédio de Ibson, Quintero e Ibarra, até que Plata marcou 2 golos para os forasteiros. Fica a nota, no entanto: Minnesota continua a cometer o erro de se descuidar demasiado após conseguir uma vantagem confortável no marcador.

Colorado Rapids 0-0 Houston Dynamo

Chamam-lhes fracos, talvez justamente, mas a verdade é que continuam a mostrar-se capazes de tirar pontos aqui e ali, muitas vezes sem fazerem por isso. Mas, desta feita, não foi isso que aconteceu. Embora não tenham dominado o adversário, os Rapids conseguiram aguentar facilmente a equipa de Houston, num jogo bastante físico e onde a defesa foi sempre mais forte que o ataque. O empate ajusta-se ao que se passou em campo.

Atlanta United 1-1 Seattle Sounders

Após uma vitória tremida no campo dos Philadelphia Union, a equipa dos Atlanta United foi travada em casa pelos Seattle Sounders, que chegaram mesmo a estar em vantagem após golo de Lodeiro, de grande penalidade. No entanto, os anfitriões acabariam por empatar logo na abertura do 2º tempo, tendo dominado a posse de bola e as tarefas ofensivas durante a maior parte do encontro. No entanto, Seattle não possui uma das melhores defesas da liga por mero acaso, acabando por não permitir que Atlanta tomasse a dianteira.
O resultado saberá a pouco aos mais de 70.000 adeptos que se deslocaram ao estádio, mas os seguidores dos Sounders não estarão, por certo, insatisfeitos com o desfecho da partida.