23 de julho de 2018

MLS - 21ª Jornada - Resumo


Seattle Sounders 2-0 Vancouver Whitecaps



Os Seattle Sounders receberam e venceram os Whitecaps, numa partida onde o estatuto de equipa superior nunca esteve em questão. A derrota caseira frente a Portland era um cenário que os Sounders não queriam (nem podiam) repetir, e isso terá motivado a equipa a entrar forte na partida, tendo ganho ainda mais confiança logo aos 3 minutos, quando Doneil Henry bloqueia a bola com a mão, dentro da área, concedendo um penalty a favor da equipa da casa. Lodeiro não perdoou e fez o 1-0 para os Sounders. Se os Sounders estavam em alta, os Whitecaps mostravam o contrário, e acabariam por sofrer o 2-0 ainda na primeira parte, após uma fífia de proporções bíblicas por parte de Marinović a remate de, outra vez, Lodeiro. A impressão inicial faz acreditar que o guarda redes de Vancouver é traído por um desvio, mas outros ângulos de imagem mostram que não terá sido assim.
O resultado e o sentido da partida não sofreriam grandes alterações, culminando num desfecho que agrada imenso aos adeptos da casa e pode ser a base para Seattle operar uma reviravolta para a 2ª parte da época. Não parece fácil, é certo, mas a história favorece este conjunto.
Destaque ainda para a estreia de Rauldíaz, que fez 29 minutos na 2ª parte, enquanto Efrain Ramírez, dos Whitecaps, acabou expulso após contacto físico intencional com o árbitro da partida enquanto protestava.


Columbus Crew 3-2 Orlando City



Um jogo que seria quase must win para Orlando, conjunto que desejava voltar a vencer após ter derrotado Toronto e precisa de todos os pontos que conseguir colher se quer ter chances de salvar a sua época, terminou com uma verdadeira facada no coração. Numa partida que teve o seu início adiado devido a questões climatéricas, a equipa de Orlando mostrou-se perigosa perante uma formação de Columbus que, em determinados momentos da partida, evidenciou uma apatia pouco característica. A agressividade e vontade dos forasteiros acabaria por dar resultado, e chegariam ao golo através de Kljestan, logo aos 16 minutos de jogo. A resposta do conjunto anfitrião chegou apenas aos 51 minutos, por parte de Zardes, mas não tardaria até ser necessário que corressem atrás do prejuízo novamente, pois Orlando saltou para a frente 7 minutos depois, com um tento de Pinho, numa jogada muito contestada pela equipa da casa.
O jogo encaminhava-se para o fim e parecia que não iríamos assistir a grandes mudanças, Orlando levaria a tão necessitada vitória e os Crew continuariam a sua série negra. Mas como se costuma dizer, até ao lavar dos cestos é vindima, e os Crew, já mais decididos e parecidos com a equipa que nós conhecemos, não baixaram os braços e foram para cima do adversário. O resultado, meus caros, está à vista.
Aos 88 minutos, no seguimento de mais uma jogada atacante, Mullins é derrubado na área e o árbitro aponta para a marca de grande penalidade. Apesar dos protestos dos Lions, a decisão manteve-se e Zardes não perdoou, igualando a partida. Como se não bastasse, poucos minutos depois Trapp decide que está na hora de ser o herói local e faz um belo remate em zona central, de fora da área, não dando qualquer hipótese de defesa a Bendik (que tinha entrado ainda na primeira parte para substituir o lesionado Earl Edwards Jr.). Os adeptos foram à loucura e com razão, pois foi graças a este coelho tirado da cartola que a recente série negra dos Crew conheceu o seu fim.
Apesar de tudo, Orlando deixou boas indicações, sendo possível imaginar que possam vir a causar algum incómodo aos seus próximos adversários.


Real Salt Lake 2-2 Colorado Rapids



Quando as previsões do tempo se misturam com as previsões para uma partida de futebol, as coisas podem baralhar-se. É verdade que não se pode apontar uma só situação como responsável por todos os males que acontecem, mas também é verdade que, por vezes, uma tal situação aparece como possível causa de efeitos negativos. E assim foi, nesta partida realizada no Rio Tinto Stadium, que, talvez vos espante saber, não se situa realmente em Rio Tinto, mas sim em Sandy, um subúrbio de Salt Lake City.
Esperava-se uma equipa do Real Salt Lake forte e sem evidenciar dificuldades de maior, e foi mesmo isso a que se assistiu nos primeiros 24 minutos, nos quais a equipa da casa esteve quase sempre por cima, frente a um conjunto dos Colorado Rapids que não mostrava grande futebol. Foi, por isso, com grande naturalidade que o RSL chegou rapidamente a uma vantagem de 2 golos, primeiro por Kreilach, aos 11 minutos, e depois Plata, aos 17. Aos 24 minutos, o árbitro Baldomero Toledo interrompeu a partida após ter sido lançado um alerta de mau tempo para a zona de Salt Lake City, forçando as equipas a regressar aos balneários, sendo que a partida apenas seria retomada cerca de 45 minutos mais tarde.
O que aconteceu a seguir foi o total oposto dos primeiros 24 minutos, com os Rapids a entrar em campo como se a tempestade fosse a sua fonte de energia. A sua insistência ofensiva acabaria por compensar, beneficiando de uma grande penalidade validada pelo VAR, aos 33 minutos. McBean não desperdiçou e lançou novamente os Rapids na partida. O resto do jogo foi dividido entre as duas equipas, e quase implorava por um golo que matasse o resultado para um lado ou desse ainda mais esperança ao outro, e esse golo acabou mesmo por chegar, através de Dillon Serna, que empatou a partida - com toda a justiça, diga-se - para os Rapids aos 88 minutos.
O resultado já não sofreria mais alterações, ficando Salt Lake a pensar se a ausência de Mike Petke não terá sido um problema durante a pausa forçada. A definição do vencedor da Rocky Mountain Cup fica assim adiada para 25 de Agosto, naquele que será o último encontro da época entre estas duas formações.


Portland Timbers 2-2 Montreal Impact 



Há maldições que teimam em não desaparecer, ou pelo menos assim acreditarão os mais supersticiosos. Crenças à parte, o que é certo é que ainda não foi desta que os Timbers venceram o Impact no seu próprio terreno. 
Com uma primeira parte muito abaixo daquilo a que nos têm habituado, os Timbers viram-se mesmo em desvantagem a partir dos 23 minutos, através de um golo de Taider, aproveitando alguma apatia da defesa de Portland. Os anfitriões haviam de conseguir o empate ainda na primeira parte, quando Armenteros ('39) aproveitou um erro de Busch. Sem deslumbrar, evitavam-se males maiores, ou assim parecia. Poucos minutos depois, no entanto, a defesa da equipa anfitriã voltava a ser apanhada a dormir, e Montreal chegaria mesmo ao 1-2, através de Mancosu. Isolado perante Attinella, o italiano não fez por menos e balançou a rede. O intervalo chegaria pouco tempo depois, e imaginamos que Savarese não tenha sido brando nas palavras que dispensou à sua equipa.
A 2ª parte trouxe uns Timbers com mais vontade e menos apatia, mas a sua superioridade estabeleceu-se apenas após Valeri empatar a partida, aos 65 minutos, após mais uma falha de Busch. O lance originou protestos por parte da equipa forasteira, que veria mesmo o seu treinador, Rémi Garde, receber ordem de expulsão.
A partir deste momento, o jogo virou-se totalmente ao contrário, com os Timbers a tornarem-se uma força avassaladora que poucas oportunidades concedeu ao adversário. Mas isso acabaria por não ser suficiente e o resultado acabou por não sofrer mais alterações até ao fim dos 90 minutos. Montreal conseguiu o ponto e parte feliz, enquanto os Timbers terão que pensar nas falhas que cometeram durante a primeira parte. O 2-2- acaba por se adequar, embora seja uma pequena e incómoda pedra no caminho de uma equipa de Portland que se quer assumir como candidata ao título. 


Outras partidas


Atlanta United 3-1 D.C. United - Após algumas partidas menos convincentes, eis que Atlanta voltou à normalidade, vencendo os D.C. United com relativa facilidade. Não se pense, no entanto, que tudo foram rosas. Apesar do domínio inicial, a equipa da casa viu-se em desvantagem logo aos 8 minutos de jogo, depois de um golo de Zoltan Stieber. Mas, quem tem Josef Martinez tem tudo, ou assim o dizem, e o castigo de Atlanta a D.C. pela ousadia de marcar primeiro revelou-se pesado. Após sacudirem o impacto do golo sofrido, a equipa de Tata Martino pegou no jogo e não voltou a largá-lo, dominando a partida e vencendo-a com um hat-trick de Martinez ('29, '54 e '73). 
Atlanta está de volta ao seu normal, e, pelos vistos, o mesmo de pode dizer do seu adversário. Rooney passou um pouco ao lado do jogo, tal como quase toda a sua equipa.

Chicago Fire 1-2 Toronto FC - Não, não é dia 1 de Abril, Toronto ganhou mesmo um jogo. Já verificámos 10 vezes, em 10 fontes diferentes, é mesmo verdade! Como se não bastasse, a exibição também não foi propriamente má, notando-se a influência de Altidore, regressado após lesão. Chicago confirmou a sua má forma caseira, não criando muito perigo e perdendo mais uma partida no seu próprio terreno, ultrapassando mesmo Colorado no que a esta estatística diz respeito. Katai, outrora senhor e salvador deste conjunto, parece estar a ficar sem pilhas.
Golos: Giovinco '47, Osorio '65 (TFC) - Nikolic '62 (Fire)

Philadelphia Union 1-3 Los Angeles Galaxy -  Ibrahimovic faz o gosto ao pé (outra vez) e os Galaxy continuam a vencer. Longe de ter sido uma festa de domínio forasteiro, a qualidade individual da equipa de Los Angeles fez, mais uma vez, a diferença. Os Union bem tentaram, chegando mesmo a marcar primeiro, mas não foi suficiente. Esta equipa dos Galaxy começa a tornar-se numa possibilidade a ter em conta para os playoffs.
Golos: Sarpong '29 (PHI) - Kamara '48, Ibrahimovic '63, Ciani '82 (LA)

New York Red Bulls 2-0 New England Revolution - Um jogo com duas partes, em mais do que um sentido. Os primeiros 45 minutos pertenceram aos Revs, que controlaram os acontecimentos de forma fácil e mostraram-se perigosos em várias situações, mas sem conseguir chegar à vantagem. A segunda parte, no entanto, foi o oposto da primeira, com os Red Bulls a mostrarem quem manda em casa, com uma grande diferença: golos. Aproveitando a sua superioridade, os Bulls chegaram facilmente ao 2-0, resultado que nunca pareceu ameaçado. Diga-se que, mais uma vez, a equipa das bebidas energéticas consegue fugir da desgraça após uma primeira parte menos bem conseguida. 
Do lado dos Revs as coisas não parecem muito sorridentes, pois trata-se da 3ª derrota consecutiva. Com uma série de vários jogos pela frente, nos quais jogarão como equipa visitante, isto não parece bom agoiro.

Houston 1-1 FC Dallas - O Clássico do Texas acabou com um empate a uma bola, naquilo que foi tudo menos um jogo aborrecido. Não se pode acusar nenhuma equipa de não ter tentado vencer, pois tivemos bastantes remates para ambos os conjuntos. A pontaria, no entanto, acabou por não ser a melhor, apesar de 2 golos nos primeiros 10 minutos ('1 Matt Hedges (DAL) - 8' Manotas (HOU))  fazerem antever o contrário. Mas se não se verificaram mais golos, não foi por isso que a partida arrefeceu. Bolas no ferro, penalties defendidos e golos anulados pelo VAR, este encontro foi, sem dúvida uma partida interessante de seguir.

Minnesota 5-1 Los Angeles FC - Se podemos falar em surpresas, esta é uma delas. A maior de todas, até, de tal forma que merece um resumo mais alargado. 
Minnesota tem revelado capacidade de tirar partido dos seus jogos em casa, isso é certo, mas ninguém esperava que goleassem os LAFC desta forma.
A história deste jogo é simples. A equipa forasteira manteve o jogo sob controlo durante boa parte do primeiro tempo, muito à imagem da superioridade que evidenciam na maioria das partidas. No entanto, como quem não quer a coisa, Schuller colocaria os anfitriões em vantagem logo aos 25 minutos. Desengane-se quem pensa que foi aqui que os LAFC viram o seu castelo ruir, muito pelo contrário. Um minuto depois, Feilhaber marcou para os forasteiros e disse-lhes que a festa tinha chegado ao fim, e parecia que teria razão, pelo menos até ao minuto 45. Na sequência de uma confusão após um pontapé de canto, Ramirez aproveitou e colocou os Loons na frente do marcador, sem que tivessem feito muito por isso. Se esta situação era má para os seus adversários, sofrendo um golo em cima do intervalo, pior se tornou no minuto seguinte, quando Darwin Quintero recebeu a bola desmarcado e correu por ali fora como se o campo fosse todo dele, não perdoando na hora de finalizar. Estava feito o 3-1 e dada a machadada final na moral da turma de Bob Bradley.
A 2ª parte trouxe uns LAFC ainda abalados que não conseguiram quebrar uma equipa de Minnesota moralizada. Apesar de não dominarem o jogo, o conjunto da casa não teve dificuldades em atirar sal para as feridas do adversário e marcou mesmo mais dois golos, aos 56 (Ibarra) e 58 (Ramirez) minutos. A partir daqui, Minnesota foi deixando jogar (ainda mais), mas o seu adversário já não tinha cabeça nem coração para fazer mais nada. 
LAFC sofre assim a sua segunda grande goleada, enquanto Minnesota começa a transformar o seu estádio num reduto assustador para qualquer adversário.

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