Arrumando com aqueles que são tipicamente os portadores da bola, voltamos agora com a "gente grande" já que as duas posições que faltam analisar são as que ocupam maior espaço dentro do campo. Continuando pela ordem que tem sido tomada hoje será altura de falar na posição que está mais em mudança no panorama americano de basquetebol, a de Power Forward.
Ultrapassados estão os dias em que se pedia "apenas" a Power Forwards para defenderem, fazerem o trabalho sujo nos bloqueios e ressaltos e acertar o casual lançamento de meia distância. A evolução no jogo fez com que o grande requisito nesta posição passasse a ser o lançamento exterior, de forma a estica o jogo. Graças a isto vimos muitos Small Forwards a adaptar-se à posição 4 e muitos jovens a entrar já com um novo mindset. Exemplos de casos à antiga e ideias modernas podem ser encontrados nos 5 nomes que se seguem.
Aaron Gordon
Eu sei que falo muito (mal) dos Orlando Magic. Não é que eles não façam por isso, porém, depois de anos na ignorância, FINALMENTE estes decidiram fazer de Aaron Gordon um Power Forward. Os resultados? Uma breakout season.
Aaron Gordon é uma autêntica força da natureza. Poucos jogadores são dotados de tamanha capacidade atlética. Essa parte do seu jogo nunca esteve em causa. A sua evolução no resto é que é surpreendente. Apesar de ter baixado a sua percentagem de lançamento no geral, subiu tremendamente o lançamento exterior para uns aceitáveis 33%. A capacidade de meter a bola no cesto é o que salta mais ao olho mas os ressaltos não ficam atrás com uns respeitáveis 8 por jogo. As melhorias na distribuição e na defesa, ainda que ligeiras são bons indicadores de que ainda vamos ver mais e melhor de Aaron Gordon.
O versátil jogador fez por merecer um bom contrato mas terá que fazer ainda mais para justificar 80 milhões nos próximos quatro anos.
Julius Randle
E se acabamos de falar num homem que fez por merecer o contrato que teve passamos para um que merecia o contrato que não teve. O futuro de Julius Randle esteve sempre muito difícil de adivinhar pois já se sabia que os Lakers iam atacar esta Free Angecy com tudo. A opinião dos adeptos em relação ao jogador sempre foi bastante divisiva, no entanto, Randle conseguiu ganhar muitos corações com as suas prestações nos seus últimos meses como Laker. Sem nunca ter sido um indiscutível, Randle fez a sua melhor época num ano em que teve uma redução de minutos e de protagonismo.
Esperava-se que o produto da faculdade de Kentucky fosse para uma equipa onde teria o protagonismo que merece e onde encaixaria bem. Porém, a decisão deste foi... difícil de entender, no mínimo. Primeiro porque assina um contrato de 18 milhões nos próximos 2 anos, algo muito abaixo do esperado. Segundo, porque este contrato é com os New Orleans Pelicans. Os Pelicans melhoraram com a lesão de Cousins porque Mirotic na posição de Power Forward conseguia esticar o jogo e dar espaço interno a Anthony Davis. Ora Randle não conseguirá fazer isso, pois não tem um lançamento exterior e dificilmente será suplente. Já todos fomos surpreendidos antes mas há o potencial para esta experiência correr muito mal.
Jabari Parker
Quando entramos nesta Free Agency e até nos meses que a antecediam, uma das maiores dúvidas era de qual seria a abordagem das equipas por Jabari Parker. Jabari foi, desde cedo, um nome muito falado no basquetebol conseguindo comparações com Carmelo Anthony e Paul Pierce quando ainda era apenas um aluno de secundário. A fama e o aproveitamento foram igualmente bons na faculdade onde foi uma peça fulcral na aclamada Duke University. Na NBA Jabari tem sido bastante sólido... quando está em campo. O valor e talento de Jabari Parker não estão nem nunca estiveram em causa. Sabe-se que é um jogador cheio de capacidades, particularmente a ser destaque na tabela dos marcadores. A grande red flag com Jabari reside não num mas em ambos os seus joelhos. já que teve roturas de ligamentos em ambos.
As perguntas mantinham-se durante os primeiros tempo da Free Agency já que pouco se falava de Jabari, ainda que este fosse agente livre restrito. A equipa da sua cidade natal, os Chicago Bulls decidaram dar um (enorme) voto de confiança no jogador na forma de um contrato de 40 milhões de dólares em 2 anos, sendo que o segundo ano é uma opção da equipa. A equipa que tinha os seus direitos, os Milwaukee Bucks decidiram não igualar. Assim os Bulls arriscam e muito com dois elementos do seu 5 titular a ter saído recentemente de lesões gravíssimas.
Derrick Favors
Derrick Favors é um excelente exemplo de um jogador que tem tido dificuldade em adaptar-se ao novo basquetebol praticado na NBA. Ainda que tenha tido uma época de melhoria em relação à anterior, Favors não é o jogador que outrora foi, como é claramente visível pelas suas estatísticas anuais.
Favors fez valer este contrato durante o tempo em que Gobert esteve ausente. A sua sólida contribuição no departamento dos ressaltos, a sua alta percentagem de lançamento e o seu abafo por jogo fizeram com que os Utah Jazz lhe dessem mais uma oportunidade. Essa oportunidade, no entanto, veio bem cara. 2 anos e 37,6 milhões para Derrick Favors. Sensivelmente 18 milhões por ano para uma contribuição que ainda que seja sólida não justifica estes números e para um jogador que está a ter dificuldades em acompanhar o jogo atual.
Carmelo Anthony
Este é um nome que aparece algo de surpresa mas que fez correr muita tinta nas últimas semanas. Ainda que neste momento Carmelo esteja prestes a assinar pela sua terceira equipa em duas semanas, este fazia parte dos Oklahoma City Thunder no início da Free Agency. A dificuldade e relutância de Melo em adaptar-se a ser a terceira opção de uma equipa foi um autêntico repelente de interesse. A sua prestação nos Playoffs foi abismal e tudo o que OKC queria era tirá-lo dali e procurou desesperadamente uma trade. Miraculosamente conseguiram, e com bom retorno já que Dennis Schroder é agora um membro da equipa de Oklahoma.
Para Melo seguiu-se uma estadia (inexistente) em Atlanta onde foi "bought-out" e recebeu os seus 28 milhões inteiros!! Após isto, Carmelo Anthony irá assinar com os Houston Rockets pelo mínimo de 2.4M. Carmelo encaixa na teoria ofensiva de D'Antoni mas como substituto direto de Trevor Ariza a grande questão surge no lado defensivo do campo, onde, certamente, não terá o impacto do novo membro dos Phoenix Suns. A sua relutância em ser terceira opção pode também criar novamente problemas de balneário. Melo é assim uma grande incógnita para a próxima época.
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