23 de setembro de 2018

Previsão de Época: Denver Nuggets

Tudo empacotado? Mala feita? Espero bem que sim porque está na hora de subir a montanha. Bem lá no cimo prevê-se um retorno às noites de Maio para esta equipa. O tema de hoje são os Denver Nuggets.



Começo este artigo por dizer que talvez possa estar bem enganado. Há um ano atrás comentava com amigos esta mesma previsão. Esperava os Denver Nuggets de volta aos Playoffs mas o destino não foi simpático com a equipa do estado de Colorado. A aquisição de Paul Millsap parecia ser a peça final no projeto de ataque ao Playoff dos mineiros. Imagine-se o desgosto dos adeptos de Denver quando este se lesionou e falhou mais de metade dos jogos. Ver a única estrela que a equipa conseguiu contratar numa Free Agency na última década a cair com uma lesão já é impactante o suficiente. A queda, no entanto, consegue ser ainda maior quando este é um dos poucos membros do plantel que... bem... defende. A qualidade ofensiva da equipa da divisão Noroeste é inquestionável. É a imagem de marca do franchise que já vem dos tempos de George Karl. Foram novamente top 5 em pontos marcados por jogo. Este ataque avassalador aliado ao facto de que jogam numa altitude pouco habitual tornam o Pepsi Center num dos mais difíceis pavilhões da liga. A defesa, porém, manteve-se o grande problema. Com Millsap de fora, os Nuggets apresentaram diversos conjuntos titulares diferentes mas nenhum que emendasse os seus problemas defensivos. A lesão de Millsap, as dificuldades a aguentar com os adversários e a falta de um base suplente credível foram as principais razões para estes não terem sido das 16 equipas a jogar a postseason.
Nem tudo foi mau, no entanto. Jamal Murray teve um pequeno breakout e deu um passo em frente na sua evolução. Este ano conseguimos perceber que este será um scorer muito perigoso na liga e alguém em quem os defesas estarão em cima (do homem, não do chão. Não é Steven Adams?). Gary Harris continua a melhorar a cada ano que passa, principalmente na defesa. Ainda bem para os Nuggets que precisam desesperadamente de contributos desse lado do campo. Will Barton parece ter atingido o seu teto como jogador e mostrou mais uma vez a sua qualidade e energia. Jokic foi aquilo que já sabemos, um poste com umas mãos e qualidade técnica inigualável na NBA. Se ainda havia dúvidas, agora é bem nítido que esta equipa é dele.
O destino foi, mais uma vez, cruel com os Nuggets. A equipa falhou o acesso aos Playoffs no último dia da época com uma derrota com os Minnesota Timberwolves que conseguiram assim entrada na postseason.



Este ano promete ser bastante diferente, para melhor. Isto pode soar um pouco estranho já que saem quatro homens que jogavam bons minutos no sistema de Mike Malone. Darrell Arthur foi trocado para os Nets e sete dias mais tarde recambiado para os Suns numa troca por Jared Dudley. Kenneth Faried depois de um início de carreira em que muito prometia acaba por sair como uma promessa falhada devido à mudança no jogo e, principalmente, na sua posição. Segue no mesmo negócio de Arthur para os Nets. Devin Harris, que tinha chegado na trade deadline para ser base suplente numa aquisição de puro desespero acaba contrato e volta para os Mavericks. Por fim, um dos titulares habituais, Wilson Chandler, sai para Philadelphia para criar espaço salarial. Este espaço salarial foi criado para a renovação de Jokic e para atacar a Free Agency de 2019.
A grande parte das entradas da equipa passa pelo Draft. Dois jogadores que dificilmente terão minutos são Jarred Vanderbilt e Thomas Welsh. Ambos os atletas, que a certa altura foram das maiores promessas do basquetebol, tendo inclusive sido All-Americans no ensino secundário, mas que foram recentemente seleções de segunda ronda. Deverão passar bastante tempo na G-League. A primeira seleção de Denver no Draft foi um jogador que eles não esperavam que caísse tanto, Michael Porter Jr. Há um ano atrás este era dado como o indiscutível número 1 da sua Draft Class mas as suas costas não quiseram colaborar e depois de duas pesadas cirurgias este encontra-se nos Denver Nuggets. É difícil prever alguma coisa aqui. Correndo bem pode vir a ser um dos melhores jogadores da liga, por outro lado pode ser mais um Greg Oden caído no esquecimento. Por fim, a contratação mais importante, a meu ver, Isaiah Thomas. Se é verdade que o pior defesa da liga se junta à pior equipa defensiva da liga também é verdade que estes precisamente desesperadamente de um base suplente. Isaiah Thomas consegue desempenhar esse papel na perfeição.

Opinião

É expectável que sejam das equipas mais difíceis de jogar. Como sempre, e como já foi mencionado acima, as equipas adversárias passam sempre mal em Denver dada as grandes altitudes e incapacidade para o sistema respiratório se adaptar tão rápido. Paul Millsap será um enorme reforço, principalmente tendo em conta as debilitações defensivas da equipa. Espera-se que o backcourt cresça e que Jamal Murray ganhe outro tipo de maturidade. É expectável que o base ex-Kentucky acabe o ano na casa dos 20 pontos por jogo mas os grandes desafios para o canadense serão mesmo melhorar a sua capacidade de criar para os outros e principalmente a sua defesa. Sendo um base ligeiramente maior que o normal há esperança nesta última parte. Gary Harris irá oferecer a mesma qualidade defensiva e um contributo sólido ofensivamente mas pede-se mais criatividade. Com uma temporada inteira e esperançosamente saudável para o frountcourt, espera-se que a dupla Jokic/Millsap floresça. Tem tudo para dar certo já que ambos conseguem esticar jogo e ofensivamente são dos mais completos postes que esta liga tem a apresentar. Will Barton deverá ser o novo titular da equipa e para este seria importante que fizesse muito ginásio durante o verão pois poderá passar mal tendo em conta a dimensão física dos outros Small Forwards quando comparados com o produto da universidade de Memphis. O fator IT será bastante importante. O seu contributo como 6th man será fulcral ao liderar a segunda linha e até mesmo nos últimos minutos do jogo com a equipa titular. Digo mesmo que deverá ser um dos grandes candidatos ao prémio de sexto homem do ano. Mason Plumlee terá mais minutos com a saída de Arthur e Faried e deverá ser um peça importante a defender. Trey Liles deverá crescer ainda mais e pode roubar alguns minutos aos postes dado que está a crescer a olhos vistos. Dada a abundância de postes de qualidade na equipa de Denver é possível que este possa a vir a ser uma boa ficha de troca. Michael Porter Jr. é a maior incógnita. Estando saudável terá, certamente, minutos e estará pronto a contribuir e talvez até a competir com Barton por um lugar no 5 titular, no entanto, poderá também perder a temporada inteira. Veremos qual será a abordagem da equipa técnica e médica dos Nuggets.
Penso mesmo que este vai ser o ano dos Nuggets. Estarão todo o ano na luta pelos Playoffs e a meu ver só problemas de saúde os poderão afastar novamente da postseason. Não estarão na primeira metade da conferência mas poderão lutar do sexto lugar para baixo. Ainda assim, seria descuidado não pensar que uma possível troca de Jimmy Butler para uma equipa do Oeste lhes viesse estragar os planos.

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