31 de maio de 2018

NBA Finals: Antevisão


A história repete-se novamente e, pelo quarto ano consecutivo, Cleveland Cavaliers e Golden State Warriors irão disputar aquele que é o grande prémio do mundo do basquetebol. Contam-se até agora duas vitórias para os californianos e uma para os homens do Norte naquela que é, com certeza, a maior rivalidade da década. Apesar da derrota sofrida em 2015, os Warriors têm dominado o panorama basquetebolístico americano nos últimos 4 anos e são os grandes favoritos à vitória. Do outro lado, está uma equipa que tem vindo a melhorar ao longo desta 'post-season' liderada por um "King" que está a dar que falar no que toca à supremacia de Michael Jordan como o melhor de sempre.


Nas palavras do próprio LeBron James "Os Warriors eram uma das melhores equipas de sempre... e depois contrataram Kevin Durant". A co-existência de 4 all-stars na mesma equipa não é algo inédito na liga - 9 vezes na história da NBA. O que é, de facto, único é a qualidade e cooperação entre estes. Previamente à adição de Kevin Durant à equipa de Oakland, Stephen Curry acabava de ganhar o primeiro MVP unânime da história, fazendo o bis com o prémio ganho também na época anterior. Numa temporada em que 'Chef Curry' obliterava o recorde de lançamentos exteriores numa época, era seguido pelo seu companheiro de equipa, Klay Thompson. Como se o melhor backcourt da NBA não fosse assustador o suficiente, eram também acompanhados por um autêntico canivete suiço, na forma de um antigo jogador defensivo do ano, de seu nome Draymond Green. Juntava-se então Kevin Durant, aquele que, desde 2011, é considerado "o segundo melhor jogador do mundo", apenas superado por um homem em quem vamos focar mais à frente. A uma das melhores equipas de sempre juntava-se o 'scorer' mais versátil da história do desporto. Todos estes astros aliados a peças fulcrais como o antigo MVP das finais Andre Iguodala e também o suplente de luxo Shaun Livingston e o resultado é aquela que é, provavelmente, a melhor equipa de sempre.


Golden State Warriors



Acabados de ganhar o seu 5º campeonato, os Warriors entravam na nova temporada com expetativas de dominar o Oeste mais uma vez. Para surpresa de todos os ávidos fãs da modalidade isso não aconteceu durante a temporada regular. Um conjunto de fatores de entre os quais os problemas físicos de todas as suas estrelas, a irregularidade da equipa em jogos de vitória obrigatória e a ascensão e basquetebol revolucionário dos Houston Rockets fizeram com que os campeões em título ficassem com o segundo lugar da sua conferência. Ainda que com todos estes problemas e ainda acabar a temporada regular a jogar com jogadores de calibre de G-League a titulares, acabaram com a segunda melhor marca da NBA, mostrando o valor do seu treinador, Steve Kerr.

Começavam os playoffs e as felizes coincidências para a equipa de Golden State, já que na primeira ronda defrontavam uns San Antonio Spurs sem a sua estrela, Kawhi Leonard. Foi trabalho fácil para a equipa da "Bay Area", que mesmo sem Steph Curry consegui despachar a equipa do Texas em 5 jogos enquanto ainda fazia uma gestão de jogadores para o que estaria para vir. Mais simples ainda se tornou quando os Spurs perderam o seu lendário treinador, Gregg Popovich, devido ao triste falecimento da sua esposa. Seguiam confortáveis os campeões.

Seguiam-se aqueles que eram a sensação dos playoffs até então, os New Orleans Pelicans. A equipa de Lousiana acabava de 'varrer' os Portland Trail Blazers e prometia muito com um Rajon Rondo revitalizado e Jrue Holiday e Anthony Davis absolutamente endiabrados. No entanto, a sorte batia mais uma vez à porta dos Warriors, já que para além da já conhecida ausência do poste All-NBA DeMarcus Cousins do outro lado, a cara do franchise Steph Curry estava de volta. Numa série em que o talento de Anthony Davis ainda conseguiu roubar um jogo para o lado de New Orleans, viu-se que os matchups foram um verdadeiro pesadelo para os Pelicans já que estes foram completamente atropelados por uma locomotiva chamada Kevin Durant. Muitas foram as afirmações dos jogadores da equipa da terra do 'Mardi-Gras' que diziam que a 'Durantula' não podia ser defendida. E assim foi, 4-1 Warriors.

Chegávamos finalmente às finais de conferência e à série mais esperada do ano - os dominantes Warriors contra os revolucionários Rockets. Talvez a série que criou mais expetativas nos últimos anos, estas foram algo que cortadas logo no primeiro jogo já que mesmo com grandes exibições de James Harden e Chris Paul, Golden State venceu confortavelmente no Texas por 13 pontos. Esperava-se mais do que já tínhamos visto nos últimos anos até que no segundo jogo da série os Rockets ripostavam com uma vitória e o anulamento de todas as estrelas da equipa da Califórnia não chamadas Kevin Durant. Jogo 3 e... que massacre. O "Roaracle", a casa dos Warriors mostrava o porquê de ser considerado um sexto jogador numa vitória por 41 pontos de diferença em Oakland. Porém, tudo mudava a partir deste jogo, pois lesionava-se Andre Iguodala. A diferença de uma equipa com e sem Iggy foi imediatamente notada pois os Rockets levavam os próximos dois jogos, acabando assim com a invencibilidade caseira da equipa da baía nos playoffs. E quando parecia que a hegemonia dos guerreiros ia acabar eis que a sorte aparecia novamente. Chris Paul lesionava-se no fim do jogo 5 e seria o fim da época para este. Sem uma das suas estrelas era impossível para a equipa do Houston conseguir a vitória que faltava e assim os Golden State Warriors ganhavam os dois jogos seguintes para seguir para uma quarta final seguida.


Cleveland Cavaliers



Passamos agora à segunda equipa nesta final, os Cleveland Cavaliers. É o 4º ano seguido da equipa de "The Land" nas finais e o oitavo do 'rei' LeBron James. Foi, certamente, a caminhada com mais obstáculos de James para as finais. Começando numa off-season em que o seu braço direito, Kyrie Irving exigiu uma troca para ter 'a sua própria equipa'. O negócio foi feito com os Boston Celtics e numa fase inicial este era visto que um autêntico roubo por parte dos Cavaliers já que em retorno recebiam Ante Zizic, a valiosa pick de Brooklyn no Draft de 2018, uma excelente peça para uma equipa de campeonato na forma de Jae Crowder e um base acabado de fazer cerca de 30 pontos por jogo em Isaiah Thomas. Juntando isto à adição de nomes como Jeff Green, o futuro Hall of Famer, Dwyane Wade e o antigo MVP Derrick Rose, acreditava-se que os Cavaliers tinham construído uma equipa para fazer frente aos poderosos Warriors em Junho.

A regular season dos Cavs foi uma autêntica montanha russa. De cedo se viu que estas peças todas juntas eram disfuncionais. A irregularidade e inconsistência da equipa eram evidentes. Se os Cavaliers já eram um alvo fácil para imprensa ainda mais vulneráveis ficaram quando insistiam em começar os jogos com o grande amigo de LeBron, Wade no campo, em detrimento do veterano JR Smith. A relação de LeBron James com o treinador Tyronn Lue nunca foi fácil mas foi dado o benefício da dúvida até ao retorno de Isaiah Thomas que até Fevereiro esteve de fora com uma lesão. A paciência esgotou rápido pois IT jogou apenas 15 jogos como Cavalier até começar a grande revolução na época dos homens do norte dos Estados Unidos. Uma grande limpeza foi feita à equipa que viu sair quase todos os reforços de verão e se reforçou com peças bastante mais jovens (possivelmente antecipando a saída do 'King' no próximo verão). Numa das trade deadlines mais mexidas de sempre os Cavs trocaram Isaiah Tomas, a sua pick de primeiro round e Channing Frye pelos jovens Jordan Clarkson e o Larry Nance Jr. Despacharam o recém-adquirido Jae Crowder e a desilusão Derrick Rose para os Jazz e Iman Shumpert para os Kings e conseguiram um excelente retorno em George Hill e Rodney Hood. Por fim, deixaram Dwyane Wade ir para os Miami Heat por praticamente nada. Seria o ponto de viragem dos Cavs que melhoraram a partir daí, ainda que com muita polémica à mistura com a ausência por motivos pessoais do treinador (durante um período em que a equipa até esteve melhor) e a suspensão de JR Smith por má conduta. Toda esta instabilidade deixava a LeBron e companhia no 4º lugar da conferência e esperava-os um embate com uma das grandes surpresas da liga, os Indiana Pacers.

Seria desonesto dizer que se esperaria que os Pacers fizessem o que realmente fizeram. O mundo do basquetebol esperava uma vitória fácil da equipa de Cleveland e a verdade é que Indiana deu a LeBron James a série de primeira ronda mas difícil da vida dele. Victor Oladipo mostrou que é de facto um 'franchise player' ao liderar a equipa numa série de 7 jogos em que vimos uns Pacers muito lutadores e uns Cavaliers em choque. Não fosse por algumas decisões de arbitragem mais polémicas e, obviamente, um LeBron James monstruoso, talvez 'King James' fosse parado pela primeira vez na ronda inaugural dos Playoffs. Mas, na realidade, foram mesmo os Cavaliers que passaram à próxima etapa após uma das séries de primeira ronda mais renhidas dos últimos anos.

Segunda ronda e o mesmo adversário que os Cavaliers mais gostam de defrontar nos últimos anos, os Toronto Raptors. Nunca foi tão esperada uma vitória dos Raptors como este ano, tendo estes levado a conferência Este e estando os Cavaliers tão inconsistentes e os Celtics tão debilitados. Depois de uma época em que a equipa canadense parecia revitalizada e com um estilo de jogo imensamente melhorado, pode-se dizer que o que vimos foi chocante para quase todos. Mais um choke de DeMar Derozan e 4 jogos sem resposta. Os Cavs varriam mesmo os Raptors com uma tremenda facilidade. O rei e a sua corte estavam de volta às finais de conferência e à ribalta.

Repetiam-se as finais de conferência do ano anterior muito semelhantes, de certa forma. LeBron voltava a defrontar aqueles que eram o carrasco na fase inicial da sua carreira, os Boston Celtics, e estes voltavam a estar sem a sua estrela. Para surpresa de todos os seguidores da NBA os Celtics saltaram de forma impressionante para uma liderança de dois jogos a zero. Nunca antes nas 37 ocasiões em que isto tinha acontecido com a equipa de Boston, estes não ganhariam a série. No entanto, se há homem contra quem não se aposta, esse é 'O Escolhido', LeBron James. Os restantes jogos tiveram um esforço surreal da parte do 'rei' já que este jogou sempre perto do jogo inteiro, rapidamente empatando a série a 2. Boston voltou a ser superior naquele que foi o último piso caseiro a ser conquistado nesta edição dos playoffs mas, jogando os 48 minutos do jogo (!!!), LeBron James, com a ajuda de melhorias a nível exibicional de Jeff Green, JR Smith e George Hill, conseguiu levar a melhor nos últimos dois jogos e vai reencontrar os Golden State Warriors na final.


The Finals



Já há certezas sobre estas finais, algo que pode ser de grande valor para a equipa vencedora do Este - Andre Iguodala, que tem sido o grande limitador de LeBron nos últimos anos, está fora do primeiro jogo. Isto pode ter uma grande influência nos matchups das duas equipas. Espera-se um jogo com um ritmo muito elevado por parte dos Warriors e o uso de todas as suas armas ofensivas mas é esperado que Kevin Durant seja o grande foco do ataque, sem esquecer os temíveis Curry e Thompson. Fulcral nesta série será a aptidão defensiva de George Hill. O ex-Pacer é conhecido pela sua excelente defesa, ainda que esteja muito abaixo do esperado este ano. A base de fãs dos Cavaliers tem esperança na defesa deste naquele que é o melhor lançador de sempre em Steph Curry. Os grandes problemas podem mesmo vir do "Do it all" Draymond Green e, principalmente, da discrepância entre a qualidade ofensiva de Klay Thompson e a defesa de JR Smith, sendo que pela primeira vez neste confronto não haverá Iman Shumpert para defender o número 11 dos Warriors. Espera-se algum tipo de adaptação pois nem JR Smith nem Kyle Korver parecem capazes de parar o atirador. Kevin Love tem fama de desaparecer nas finais (muito por culpa de Draymond Green) e se este for o caso, nem um esforço sobre-humano de LeBron salvará os Cavs. A batalha entre Tristan Thompson e Kevon Looney, Javale Mcgee ou Zaza Pachulia não deverá ter grande destaque a não ser nas tabelas.
É esperado que os Cavaliers melhorem o seu poderia ofensivo e que, pelo menos, concretizem as 'open shots' que Lebron certamente irá proporcionar a Korver, Hill, Smith, Love e até mesmo Jeff Green que tem estado em boa forma nos últimos jogos.

Dado o percurso de ambas as equipas até este ponto e o que os últimos 4 anos nos têm vindo a habituar seria um verdadeiro choque ver os Cavaliers a aguentar mais que 5 jogos.

Confirmarão os Warriors a sua dinastia ou conseguirá LeBron James surpreender e ameaçar ainda mais o trono do fantasma de Chicago?

29 de maio de 2018

Fogo de vista ou diamante por lapidar?

De acordo com um jornalista da Sky Itália, Renato Sanches é um dos alvos do Napoli para a próxima temporada. Curiosamente, a notícia surge depois de Ancelotti assumir o comando do clube, técnico que já contou com os serviços do jovem internacional português no Bayern de Munique.







Certamente que ainda estarão todos recordados do "fenómeno" Renato Sanches que despertou para o futebol em 2015 e que fez a delicias de muitos adeptos, não só os benfiquistas, mas também os próprios portugueses. Nascido em Lisboa, foi muito cedo que se juntou aos escalões jovens do Benfica, na altura com apenas 9 anos, e foi lá que fez quase toda a sua formação (à exceção de um 1º ano no Águias da Musgueira).

Mais tarde, e já depois de dar nas vistas pela equipa B dos encarnados, a ascensão do atleta foi simplesmente sensacional. Senão vejamos: a 30 de Outubro de 2015, o "miúdo" estreava-se pela equipa principal do Benfica; a 25 de Novembro do mesmo ano, Renato já jogava como titular para a Liga dos Campeões; a 4 de Dezembro, marcava o 1º golo no campeonato (e que golo!) - eleito o melhor do mês. O mais impressionante é que isto são meros detalhes. Com 18 anos, repito, 18 anos, Renato Sanches já era um dos elementos chave da sua equipa, sendo o principal impulsionador de uma caminhada que os levaria ao título de campeões nacionais.

Habituados ao típico médio português, mais contido, que pauta o seu jogo pela consistência e precisão, Renato veio contrariar completamente esse protótipo. O seu à vontade, a sua "arrogância" e descontração, um talento natural e uma audácia a fazer lembrar o futebol de rua, não tinha como não gostar. Sempre muito atrevido e com capacidade para ocupar as posições 6, 8 e 10 no campo, a sua principal qualidade prendia-se com o facto de conseguir "queimar linhas" sozinho, atravessando linhas defensivas e colocando a sua equipa mais próxima do último terço. A facilidade e a segurança com que fazia tudo isto... bem, só está ao alcance de um fora de série.

As suas extraordinárias qualidades físicas, técnicas e mentais não passaram despercebidas e a maior prova disso foi a sua convocatória para o Euro 2016, em França. Fernando Santos sabia que as suas características ímpares podiam ser uma mais valia e não se enganou. Renato Sanches acabaria por ser peça fundamental no esquema do selecionador, arrecadando o prémio de Golden Boy e contribuindo em larga escala para um inédito título europeu da Seleção portuguesa. Tudo parecia um verdadeiro "conto de fadas" para a jovem promessa mas as coisas pareceram abrandar e bastante a partir daí.


Depois de despertar o interesse de quase meio mundo, foi o campeão alemão Bayern de Munique quem se antecipou na sua contratação, por uma verba de 35M€. Verba essa que, futuramente, dependendo da prestação do jogador, poderia ascender aos 60M€. Contudo, a realidade era outra, a competitividade em relação à liga portuguesa era muito mais feroz, e o plantel do clube já contava com uma data de atletas de grande calibre para o meio campo. Com apenas 19 anos e uma só temporada ao alto nível na "bagagem", não tardou até Renato perder a sua confiança e começar a falhar nos aspetos mais básicos como um simples passe ou um domínio de bola.

A experiência não foi de todo positiva e seguiu-se um empréstimo ao Swansea de Inglaterra. Se as expetativas eram altas, principalmente para o clube que ansiava contar com a sua qualidade e irreverência, rapidamente se dissiparam com uma série de jogos infelizes do jovem português. Problemas constantes com lesões, dificuldade de adaptação e o próprio mau momento da equipa tiveram um efeito "bola de neve" que contribuiu para baixar drasticamente os índices psicológicos e motivacionais do jogador.

Os tempos não são os mais famosos e Renato atravessa uma fase onde urge criar uma situação de estabilidade que lhe devolva a "alegria" que tanto lhe é característica. Nesta altura, o próprio já deve ter reconhecido que o "salto" foi dado demasiado cedo na sua curta carreira e que um desenvolvimento mais sustentado, e baseado em muitos minutos, é o mais importante neste momento. Soluções? A próxima passagem pode passar por Itália, no vice campeão Napoli. Trabalhar novamente com Ancelotti seria um bom marco para o jogador, uma vez que já se conhecem e isso iria facilitar a sua adaptação a um novo ambiente/realidade.


Rumar à Serie A parece ser o ideal nesta altura, já que a disputa a meio campo não é tão povoada e os protagonistas dessa zona têm mais tempo para pensar e timbrar o seu jogo, ao contrário do que acontece na Bundesliga e, principalmente, na Premier League. Aliado à alta competitividade da própria equipa no campeonato, este cenário será perfeito para cimentar as suas bases e para se desenvolver enquanto atleta. Tão importante como querer aprender, é ter os melhores professores, e nisso os italianos são mestres.

Aquilo que todos esperamos, pelo menos os mais admiradores das suas capacidades, é que Renato Sanches volte a mostrar os dotes que nos fizeram colocá-lo num grupo de futebolistas muito restrito, com um teto potencial enorme e que podem ser o rosto do futuro. Não é difícil imaginar o melhor Renato a brilhar numa equipa como o Chelsea de António Conte, por exemplo, com uma fluidez e rapidez de movimentos ofensivos muito peculiares. Mais complicado será recuperar os níveis anímicos do jogador para que tal seja possível.

Além disso, e falhado o ingresso no Mundial deste ano na Rússia, o jovem deverá querer voltar a vestir as cores nacionais o quanto antes. Se conseguir resgatar o alento que nos apaixonou em 2016, então será muito bem vindo à nossa Seleção que muito dificilmente encontrará uma opção com as mesmas características. Não podemos simplesmente apelidar um miúdo de 20 anos de flop quando o seu talento é tão nato quanto a sua "rebeldia", no bom sentido claro. Falta provar muita coisa, é verdade, mas a seu tempo e com a saúde mental restaurada, acredito que teremos Renato Sanches ao mais alto nível novamente.

Ultimamente, fala-se também de um possível regresso ao Benfica (por empréstimo). Na vossa opinião, qual seria a melhor opção para a sua carreira?

28 de maio de 2018

STANLEY CUP - A grande final

Depois de meses de luta e sofrimento, alegrias e tristezas, desilusões e surpresas, a grande final da Stanley Cup chegou.
 Estamos a assistir, neste ano a algo inédito, com Vegas Golden Knights e Washington Capitals na final.


Os Golden Knights chegaram à NHL esta temporada e ninguém os esperava ver nestas andanças. A equipa de Vegas são a segunda equipa a chegar à final da Stanley Cup no seu ano de estreia, depois dos St. Louis Blues em 1967.
Os Capitals, em quase 45 de existência vão jogar a sua segunda final.

Os Vegas Golden Knights construíram o seu plantel num Draft especial, o chamado Expansion Draft. As equipas já existentes protegeram as suas estrelas e pouco "material" restou aos Golden Knights para atacarem, para já, os Playoffs. O nome mais sonante a sair desse Draft foi Marc-Fleury, guarda-redes vencedor de 2 Stanley Cup´s  com os Pittsburgh Penguins.

Ao longo da temporada os Golden Knights foram surpreendendo e os jogadores, considerados desperdiçados nas suas antigas equipas, estavam agora a construir a sua historia naquele novo franchise, e a contribuir para uma máquina bem oleada.
Estava tudo a encaixar bem chegando a vencer a sua divisão e estabelecendo um novo recorde de pontos para equipas estreantes na NHL.
À entrada para os Playoffs, a equipa de Vegas já era um dos favoritos à vitória final. Para lá chegarem, deixaram para trás LA Kings (4-0), San Jose Sharks (4-2) e os Winnipeg Jets (4-1).
Os pontos fortes desta equipa estão no seu jogo de dinâmicas bastante rápidas, uma pressão bastante elevada nos minutos inicias e após os golos que marcam, o que tem dado frutos deixando as equipas adversárias um pouco "abananadas". Seja em casa ou fora, a confiança desta equipa mantêm-se intocável, mas destaque para o registo caseiro dos Golden Knights, uma derrota em sete jogos disputados.

Os Washington Capitals estão na sua segunda final da Stanley Cup. Na sua única final, em 1994, foram "esmagados" pelos Detroit Red Wings e perderam a série por 4-0.

A chegada de Alexander Ovechkin, a uma equipa que nunca contou com grandes estrelas, parecia poder mudar essa situação para a equipa da capital. "Ovi", como é chamado no mundo do hockey, confirmou o seu valor e passava as temporadas a fazer mais de 40 golos e a registar, quase sempre, mais de 60 pontos.
Mas os Capitals e o seu "Golden Boy" pareciam perseguidos por alguma malapata e sempre que chegavam as decisões dos Playoff, a equipa claudicava e nunca passava à segunda ronda. Mas este ano foi diferente.
Os Capitals deixaram para trás Columbus Blue Jackets (4-2), Pittsburgh Penguins (4-2) e Tampa Bay Lighning (4-3) para chegar à final da Stanley Cup.
Os Capitals têm a oportunidade de ganhar a sua 1º Stanley Cup, Ovechkin procura também cimentar o seu nome na história da NHL e calar quem critica a sua liderança como capitão, e as piadas sobre nunca ter sido campeão. Os Washington têm a seu favor um positivíssimo registo fora de casa, vencendo 8 jogos em 10 disputados. Têm ainda uma enorme consistência defensiva.

Resumindo, espera-se que seja uma final bastante bem disputada entre duas equipas com fome de glória, procurando a sua primeira Stanley Cup.
A final começa com dois jogos em Las Vegas, seguindo depois para mais dois na capital. Devido ao facto de que os Golden Knights terem vantagem nos pontos da temporada regular, os jogos 5 e 7 acontecem em Vegas, por consequência, o 6 será em Washington.
O jogo 1 está marcado para o dia 28 de Maio (madrugada de Segunda para Terça em Portugal).
Podem acompanhar os jogos na Sportv.

Desfrutem desta final.

25 de maio de 2018

Aposta de 10 € sem risco na 1xbet para a final da Champions

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A final da Liga dos Campeões será disputada entre dois históricos do futebol europeu: os espanhóis do Real Madrid e os ingleses do Liverpool. Será um grande desafio de futebol, e com esta aposta sem risco da 1xbet a emoção será ainda maior! Aproveite e boa sorte!

24 de maio de 2018

Final da Liga dos Campeões: Antevisão

Real Madrid e Liverpool são os protagonistas para o evento mais aguardado do futebol europeu que se irá realizar em Kiev no próxima sábado – 26 de Maio – pelas 19h45. O domínio dos madrilenos tem sido quase total, com 3 conquistas nas últimas 4 edições (esta pode ser a 3ª de forma consecutiva). Por outro lado, o Liverpool volta a disputar uma Final da Liga dos Campeões depois do célebre embate de Istambul em 2005, onde acabou por bater o AC Milan nas grandes penalidades. Outro foco do encontro será o duelo Cristiano Ronaldo vs Mohamed Salah, duelo esse que poderá ser o principal “trampolim” para a corrida à bola de ouro.



Mais do que nunca, quando se fala em Liga dos Campeões, é difícil não mencionar o Real Madrid. Ano após ano, a capacidade da equipa se superar a si mesma tem sido colocada em questão, mas a verdade é que voltam a estar, mais uma vez, no momento mais decisivo da temporada. Já ninguém parece duvidar daquele é o grande objetivo de Florentino Perez. Se as vitórias na Champions têm sido muito saudadas e reveladoras de um projeto de muitos milhões, o mesmo não se pode dizer em relação ao trajeto do clube no campeonato. São apenas 2 as vitórias nos últimos 10 anos de La Liga. Ainda assim, este não parece ser um fator que preocupa muito a massa associativa.

Verdade seja dita, não tem havido grande evolução no jogo dos blancos, Zidane parece continuar a confiar no seu núcleo forte e na capacidade que estes experientes jogadores têm para decidir uma partida a qualquer momento. As idas ao mercado já não têm provocado mexidas significativas e a aposta parece passar pelos mais jovens, uma clara ideia de que o futuro pós-Ronaldo não está tão longe quanto isso. A idade começa a “pesar” naquelas que são as principais figuras do sistema e, talvez por isso, pareçam mais talhados para eliminatórias, onde a rotatividade não se adivinha tão importante, e não para provas que exijam um elevado grau de consistência.

Demasiado cedo, foi assim que o Real abandonou a corrida pelo título espanhol na presente temporada, facilmente aproveitado pelo eterno rival da Catalunha. Resultados terríveis atrás de grandes deceções, não faziam acreditar que o clube chegaria a nova Final de uma competição como a Liga dos Campeões. As coisas pareciam complicar-se logo à partida, uma vez que Tottenham e Borussia Dortmund tinham calhado em “sorte” na fase de grupos. Um Borussia muito esmorecido, contudo, facilitou e muito o trabalho de Ronaldo e companhia que ultrapassaram esta fase mesmo sem ganhar qualquer encontro aos ingleses.

Nova fase, novo desafio. No duelo dos milhões, o adversário dos oitavos de final foi o PSG de Neymar e tantos outros “galáticos” - como gostam de chamar em Espanha. Mais uma vez, a tarefa revelou-se mais fácil do que o esperado. Duas partidas completamente dominadas pelos merengues foram o espelho de uma equipa que consegue mudar o chip quando entra em campo para esta competição, e de outra que continua a fracassar ao mais alto nível, talvez em virtude do menos exigente campeonato francês. A grande história deste percurso estava guardada para as duas eliminatórias seguintes.

Primeiro a Juventus, a agora heptacampeã italiana. Para grande surpresa da maioria, uma série de erros defensivos permitiram ao Real sair de Turim com uma vantagem confortável, 3-0 foi o resultado. Para a memória fica o fantástico pontapé de bicleta de Ronaldo, a coisa parecia resolvida. Errado, a Juve transforma-se na visita ao Bernabéu e, apanhando de surpresa uma equipa estranhamente apática e relaxada, a eliminatória chega mesmo a estar empatada. Já na compensação do encontro, Benatia comete penalti sobre Vazquez e... checkmate! Depois, o colosso alemão, o hexacampeão Bayern de Munique. Foram duas “batalhas” extremamente duras e interessantes de assistir e, apesar de se ter deixado bater em casa, o Bayern de Jupp Heynckes parece ter feito o suficiente para marcar presença na Final de Kiev. A estrelinha voltou a sorrir aos homens do costume.


Quanto ao Liverpool, o patamar é efetivamente outro e começa agora a “colher os frutos” de um verdadeiro projeto. Jürgen Klopp chega em 2015 com um só objetivo, devolver ao clube os tempos de glória e os títulos que têm fugido de forma clara nos últimos anos. Apesar de ainda serem visíveis algumas lacunas importantes, as bases estão criadas e vão sendo cimentadas com o aglomerar da própria experiência. A equipa chegou, inclusive, a disputar a Final da Liga Europa em 2016, perdendo no entanto para o “dono e senhor” da competição - o Sevilla. Os reds não conseguiram, nessa mesma temporada, qualificar-se para as competições europeias mas responderam com uma ótima campanha na Premier League que lhes valeu um lugar nesta edição da Liga dos Campões.

Ainda que a cultura e a mentalidade de qualquer equipa inglesa passe pelo foco na conquista da principal competição doméstica, a falta de consistência e a inexperiência de Klopp (em Inglaterra) têm abrandado bastante esse processo. A “turma” do alemão até apresenta um excelente rácio no que toca ao confronto com os rivais diretos, mas os resultados não são os mesmos quando falamos de equipas mais modestas e aguerridas da metade inferior da tabela. Desde cedo se percebeu que o trio Mané-Firmino-Salah dava cartas e conta de um ataque muito temido, mas é no momento defensivo que têm surgido as principais dores de cabeça.

O sorteio da fase de grupos não podia ter sido melhor para esta equipa do Liverpool. O “carrasco” Sevilla e o Spartak de Moscovo eram os adversários mais complicados, se é isso que lhe podemos chamar e, apesar de algum desconforto em torno da possível saída de Coutinho (que acabaria por se concretizar) e dos contínuos problemas defensivos que se amontoavam, as contas acabaram por ser fáceis fazer. Os ingleses carimbaram a passagem à fase seguinte e nota ainda para a contratação recorde do central Van Dijk (ex-Southampton) no mercado de inverno que, obviamente não resolvendo todas as lacunas, foi uma excelente adição ao plantel.

Nos oitavos de final, mais fácil ainda. O Porto deixou-se levar pelo plano de contra-ataque em que os reds se sentem mais do que confortáveis, e foram surpreendidos no Dragão com 5 golos sem resposta. A 2ª mão não foi mais do que mero calendário. Na ronda seguinte estava reservado um duelo de ingleses. Ainda que o grande favoritismo tivesse sido atribuído ao City de Guardiola, o Liverpool comprovou a teoria de que nos “jogos grandes” a concentração é outra e até a defesa funciona às mil maravilhas. A transição atacante voltou a deliciar os seus adeptos que viram a equipa vencer os dois confrontos de forma inequívoca.

Uma viagem a Roma estava marcada para uma inesperada meia final. A reviravolta histórica do conjunto italiano frente ao “todo poderoso” Barcelona fazia prever um embate extremamente intenso e complicado. Todavia, o ambiente em Anfiel, aliado à rapidez e energia da equipa da casa, é quase impossível de conter. 5-2 foi o resultado da 1ª mão. Resultado volumoso mas que ia ficando curto face à resposta impetuosa que os romanos empregaram no seu terreno. Se a partida tivesse mais 10 minutos, o finalista provavelmente seria outro... a defesa continua a precisar de melhorar.


A motivação parece estar em alta para ambos os lados da “barricada” e, ao que tudo indica, teremos uma bela Final da mais importante competição europeia. Golos, jogo fluído de parte a parte e lances de enorme criatividade, é isto que se espera e que empolga qualquer adepto de futebol. O Real Madrid, mais uma vez, irá deixar a qualidade exibicional para segundo plano, o importante é vencer. Já o Liverpool, com 84 golos marcados na Premier League e mais 40 nesta edição da Liga dos Campeões, parece ter o know how completo de como fazer mexer a rede adversária.

O conjunto inglês optará, como quase sempre, por jogar no contra-ataque, com trocas de bola rápidas e a tentar chegar o quanto antes à área adversária. Com o foco nos flancos, a “ordem da noite” é para rematar sempre que possível. A grande dúvida, como já referimos, passará pela capacidade (ou falta dela) da equipa em travar o forte e conhecido ataque madrileno. Por sua vez, o histórico clube espanhol deverá ter vantagem na luta pelo meio campo e parte do controlo passará pela forma cautelosa como irá gerir as movimentações do trio de "motas" do adversário.

Já conhecidas as lesões de Chamberlain, Matip e Joe Gomez, a potencial ausência de Firmino pode ser um dos fatores chave para as contas finais. A 100% é como se vai apresentar o plantel do Real Madrid. Apesar do inevitável favoritismo dos "pupilos" de Zidane, consideramos que este é um jogo de fecho completamente imprevisível e que pode cair para qualquer um dos lados. Adivinha-se sim um grande espetáculo, repleto de artistas e protagonistas de grande classe, com os telespetadores agarrados ao sofá até ao último apito do juíz da partida.

Tendo em conta o "dom" de cada um dos ataques para faturar, vai ser maior a ganância de marcar ou a vontade para não sofrer?

21 de maio de 2018

Rescaldo SERIE A

Se, ao olhar para a classificação final da serie A fica com a impressão de já ter visto este "filme" em algum lado, é porque, de facto, já viu... O mesmo campeão e os mesmos perseguidores, embora em posições alternadas.


Mais um scudetto para a vecchia signora (o sétimo consecutivo), mas não se pense que foram favas contadas. Este ano não tivemos uma Juve tão forte, e por muito que se queira evitar falar em condicionantes extra-futebol, não podemos não constatar que dá a ideia de haver um "cefalópode transalpino" a controlar o cálcio italiano.

A equipa de Massimiliano Allegri tem, sem dúvida, a estrutura mais completa e eficaz do futebol italiano. Nomear jogadores como Dybala, Higuaín, Pjanic e Douglas Costa seria não reconhecer que o forte desta equipa é o conjunto. Allegri a demonstrar que está um passo à frente da concorrência, montando uma verdadeira fortaleza!

Uma nota para a despedida de Gianluigi Buffon das balizas italianas, ele que é o expoente máximo da melhor escola de guarda-redes do mundo. É difícil encontrar herdeiros à altura quando se tem a qualidade deste senhor.

O Napoli, com a tiffoseria mais calorosa da Serie A não conseguiu juntar a eficácia ao belo jogo que praticou. É uma pena ver uma equipa que faz 91 pontos acabar em segundo, mas a matemática não liga à estética. Foram a equipa que melhor jogou mas a falta de opções no plantel para uma época tão exigente ditou este desfecho.
Insigne, Mertens e Hamsik são de outro "mundo", mas têm pouca gente à sua volta para dar o salto de qualidade necessário para outros voos.

Bem mais distante do título ficou a Roma. No primeiro ano pós Totti, a equipa da capital orientada por Eusebio Di Francesco, conseguiu praticar um futebol agradável, com De Rossi ainda aí para as curvas, com o outro filho da casa, Florenzi, a seguir cada vez mais os passos dos eternos "capitani", com Nainggolan sempre uma máqina a comandar a engrenagem da equipa, e com o miúdo turco que ninguém conhecia, de seu nome Under, a mostrar que tem um dos pés esquerdos mais promissores do campeonato! Na retina dos adeptos vai perdurar por muitos anos a forma absolutamente memorável como eliminaram o todo-poderoso Barcelona nos quartos-de-final da Champions.

o 4º e último lugar dá acesso à tão desejada Champions (e aos seus milhões) acabou por ser conquistado pelo Inter de Milão de forma espectacular, ao vencer por 2-3 em pleno Olimpo de Roma a Lázio, roubando o lugar aos biancocelesti.

Os interisti conseguiram superar a má fase por que passaram nos meses de Inverno e acabaram por recuperar o terreno perdido, alcançando o objectivo a que se propuseram. Mas este não pode ser um ponto de chegada, mas sim de partida para uma nova época, com desafios à altura da história deste grande clube.

De destacar mais uma época soberba de Icardi, com 29 golos que fazem dele, a par de Immobile, o melhor marcador da prova. Destaque também para Skriniar, um dos melhores centrais da prova.

A Lázio, que foi brilhantemente orientada por Simone Inzaghi, apresentou um futebol muito ofensivo que a levou a ser o ataque mais prolífico com 89 golos, mas também uma defesa permeável que custou bastantes pontos.

Destaque nos laziale: O incontornável Ciro Immobile que, com os mesmos 9 golos de Icardi, acaba como melhor marcador da prova; e também Milinkovic Savic, o sérvio de 23 anos é já um dos melhores médios europeus e vai ser difícil mante-lo no plantel

O outro gigante de Milão conseguiu ser mais forte do que a Atalanta e a Fiorentina na recta final e isso valeu-lhe a entrada na fase de grupos da Liga Europa da próxima época. mas isto nunca pode ser mais do que um prémio de consolação para uma equipa com este historial e que era apontada, no início da época, como uma das candidatas a acabar com o reinado da Juventus.

O miúdo Cutrone, vindo dos júniores, foi o elemento em maior destaque na frente dos rossoneri, numa equipa que viveu muito dos rasgos individuais de Suso e de Calhanoglu. Gattuso veio trazer à equipa a raça que o caracteriza mas falta mais, muito mais...

Também na Lombardia encontramos a Atalanta, onde o mister Gasperini produziu mais um milagre esta época. Os nerazzurri de Bérgamo praticaram um futebol dos mais espectaculares de Itália, foram longe na Liga Europa, e conseguiram de novo o apuramento para a Europa este ano!

os dois magos Ilicic e Gomez são meia equipa, mas Spinazzola, Caldra, Cristante e Freuler estiveram em destaque.

A Fiorentina foi quem perdeu a corrida europeia. Os viola hipotecaram tudo ao perder em casa com o Cagliari na penúltima jornada. A época dos homens orientados por Pioli fica marcada pela morte de Davide Astori. O internacional italiano era o capitão de uma equipa recheada de jovens talentos que vão ter um grande futuro como Benassi, Gil Dias, Chiesa e Simeone.

Os granata do Torino estiveram uns furos abaixo daquilo que se esperava deles, um pouco à imagem de Belotti que marcou apenas 10 golos esta época. Destaque para Iago Falqué e para Baselli, um médio inteligente que tem pés para outros voos.

Entre as equipas de Génova, a Sampdoria com 54 pontos levou a melhor sobre os rivais do Genoa que se ficaram pelos 41 pontos. Muito trabalho para ser feito no Luigi Ferraris.

Udinese e Bologna eram duas equipas de quem se esperava mais no início do campeonato mas que acabaram por fazer uma carreira modesta, terminando com 40 e 39 pontos respectivamente.


Entre as ditas "pequenas", destaque para o Sassuolo que bem cedo garantiu a manutenção e para o Chievo. Equipas pequenas, com pouca massa adepta, mas que têm conseguido apresentar plantéis coesos e capazes.

O Cagliari tinha um calendário complicado mas a histórica equipa da Sardenha acabou por se salvar com duas vitórias nos dois últimos jogos.

A Spal, de Ferrara, e o Crotone praticaram bom futebol tendo em conta a constante aflição em que estavam metidos, mas a equipa do sul de Itália, orientada por Walter Zenga, não conseguiu repetir o milagre da época passada, e assim, vai voltar à Serie B. A Spal salvou-se e vai continuar entre os grandes.

Quem também regressa ao escalão inferior é o Verona e o Benevento, resultado da desastrosa preparação dos respectivos plantéis no passado defeso. Os campanos do Benevento ainda tentaram remediar as coisas e fizeram uma 2º volta interessante, mas com apenas 1 ponto ao fim de 15 jornadas, era quase impossível evitar a descida nesta sua época de estreia no escalão principal.

18 de maio de 2018

Final da FA Cup: Antevisão

Manchester United e Chelsea vão encontrar-se em Wembley pela 3ª vez numa final da FA Cup - 19 de Maio, 17h15 - e procuram desempatar um parcial que, para já, conta com uma vitória para cada lado (curiosamente, a Final ganha pelo Chelsea foi sob o comando do agora rival José Mourinho). No conto geral, o United já amealhou 12 destes troféus e o Chelsea 7.



O conjunto que parece chegar a esta fase com os níveis de confiança mais estabilizados é o Manchester United e é por ele que começamos a nossa análise. Depois de uma temporada de estreia em que José Mourinho logrou conquistar 3 títulos, com especial destaque para mais uma glória europeia, a FA Cup surge agora como "salvação" para esta nova época em que volta a deixar escapar o título da Premier League. Além disso, a participação na Liga dos Campeões deixou muito a desejar, tendo em conta aquilo que são as expetativas para um clube que gastou nada mais, nada menos, do que 350M em transferências desde a chegada do técnico a Old Trafford.

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A par disto, os métodos, a filosofia e o estilo de jogo têm sido alvo de muitas críticas, não só pelos analistas, mas também pela própria massa adepta. Os resultados até têm sido melhores que as exibições e, apesar do grande objetivo passar por regressar ao topo do pódio na Liga, a possível conquista da Taça devolve alguma dose de paciência aos mais fanáticos e transmite também maior segurança para o futuro que passa por desenvolver novamente uma mentalidade vencedora.

Contudo, se é verdade que o futebol da equipa por si só não convence, também é verdade que, nestas ocasiões, não há ninguém melhor do que José Mourinho para estar encarregue do "leme". Senão vejamos, no seu já vasto histórico de finais, o respeitado técnico levou a melhor em 12 de 14 tentativas. "As finais não se jogam, ganham-se", um verdadeiro mestre do psicológico cujo dicionário não contempla nada que se pareça com insucesso.

Uma equipa coesa, fechada atrás, a jogar no contra ataque e sem qualquer problema em entregar as despesas do jogo ao adversário, é isto que se vê e que se espera do United em qualquer partida. Os jogadores chave são normalmente os extremos que são aqueles que mais têm de adaptar a sua postura face ao oponente. Caso este se apresente mais compacto e com linhas mais recuadas, os homens mais abertos dos red devils terão de baixar mais para entrar em cena, enquanto Pogba toma conta das saídas de bola dentro do próprio meio campo. Nota ainda para Lukaku, Fellaini e Martial que estão em dúvida para a grande Final.


Por sua vez, a atmosfera que se vive em Stamford Bridge é completamente diferente. O Chelsea de 17/18 em nada ou quase nada faz lembrar o Campeão da temporada passada. Desde cedo e durante toda a época, a equipa não mostrou qualquer sinal de consistência, ora com boas exibições, ora a passar completamente ao lado do jogo. Os motivos para a falta de resultados são vários e passam, não só por uma série de contratações que falharam em integrar o sistema, mas também pela própria relação entre treinador e jogadores.

António Conte tem uma personalidade muito forte e isso pode ter consequências muito diferentes. Há um ano atrás estávamos todos a elogiar a forma como o seu estilo "feroz" e "apaixonante" afetava a postura da equipa no relvado, mas hoje o momento e o ambiente parecem ser outros. Ao que tudo indica, e segundo rumores que têm vindo a ganhar relevo ao longo da temporada, o técnico italiano irá mesmo deixar o clube, independentemente do resultado de sábado. Conhecendo a sua mentalidade de quem não gosta de perder, "nem a feijões", certamente que irá procurar sair pela porta grande com mais um título para colocar na prateleira.

Mais difícil, ultimamente, é avaliar os processos da própria equipa dentro de campo. Não mais o Chelsea é aquela máquina de contra ataque puro, mas sim uma verdadeira "caixinha de surpresas", nem sempre muito agradáveis. Só esta época, já vimos os blues a tomar conta do jogo e a assumir a posse durante largos períodos do mesmo; a funcionarem no contra golpe à base de criatividade e futebol rápido/fluído como bem nos habituaram; e também a transparecerem uma atitude apática e uma linguagem corporal meramente estática. 

Ainda assim, apesar dos últimos 2 desaires para a Premier League, em que a armada de Conte mostrou clara falta de ambição, os jogadores têm-se exibido com alguma qualidade. Pressão eficiente com um bloco bem posicionado e sem abrir muitos espaços, para que os adversários sintam dificuldade em penetrar, a jogar com um ritmo mais elevado, a trocar de bola de pé para pé e a sair bem das pressões, jogando a toda a largura do campo. Este é o Chelsea que se espera para o derradeiro e último desafio.


Numa visão mais transparente desta que será uma partida com desfecho bastante imprevisível, parece-nos que existem fatores mais fiáveis e que terão maior influência do que outros. O segredo de Mourinho para estas ocasiões é conseguir passar aos seus jogadores a ideia de que é "só mais um jogo", aliviando-lhes o peso nos ombros e transmitindo alguma descontração para retirar deles todo o seu potencial. Dedicação, compromisso e atenção ao detalhe são outras das suas armas que fazem de si um excelente motivador.

Fundamental para o Chelsea será o último terço do terreno, lugar onde são uma equipa que adora jogar em constantes tabelas e sempre de olho no último passe (ou cruzamento tenso) a rasgar para os seus principais velocistas. O bom uso de uma referência atacante, como Giroud, que saiba movimentar-se dentro de área, que seja forte, lute e atraia atenções para si, será também muito importante para desbloquear a defesa contrária. Hazard e Willian terão direito a um papel mais solto, com "bandeira verde" para desequilibrar, e pisarão muito terrenos mais interiores para favorecer o passe curto e libertar espaço para os laterais.

A nossa previsão final é de que o Manchester United terá melhores condições para levar de vencida esta Final, ainda que de forma algo "sofrida". Dada a capacidade de ambos os lados para fazer mexer o marcador, o nosso palpite vai para uma vitória do United pela margem mínima, vitória essa que poderá aparecer já fora do tempo regulamentar (eventual prolongamento).

Terá o Chelsea engenho suficiente para furar os planos do técnico português, ou a paciência de Mourinho voltará a dar os seus frutos?  

15 de maio de 2018

Final da Liga Europa: Antevisão

A Final vai disputar-se em Lyon - dia 16 de Maio, pelas 19h45 - e opõe Atlético de Madrid e Marselha. Enquanto os espanhóis podem alcançar a sua 3ª conquista na competição (vitórias em 2010 e 2012), os franceses tentam a sua 1ª glória após saírem derrotados das finais de 1999 e 2004.


Desde que Diego Simeone assumiu o comando dos colchoneros em 2011, além de ter apresentado um nível bastante elevado e consistente de resultados em comparação com os sucessos (ou falta deles) de épocas anteriores, a equipa tem sido presença assídua nos palcos das grandes decisões. Por seu lado, o Marselha surge aqui como uma aparição algo surpreendente face àquilo que têm sido anos menos famosos do histórico clube gaulês.


Começamos então a nossa análise por aqueles que têm recebido um maior número de seguidores no passado recente, o Atlético de Madrid. Depois de campanhas extremamente positivas na máxima competição da UEFA em 2014 e 2016, atingindo a finalíssima em ambas as ocasiões (contudo, perdidas para o grande rival de Madrid), esta não foi uma edição que vá ficar na memória dos adeptos. A equipa deixou-se bater pela AS Roma e pelo Chelsea e acabou por cair de forma prematura na fase de grupos.

Se na Liga dos Campeões os pupilos de Simeone não entravam no lote dos grandes favoritos, na Liga Europa eram eles próprios a encabeçar um grupo muito restrito de verdadeiras candidaturas. Esta premissa ganhou ainda mais relevo a partir do momento em que o Barcelona tomou quase por garantida a liderança de La Liga, permitindo assim uma gestão mais cautelosa e adequada de todo o plantel para o resto da temporada.

Relativamente ao trajeto até à final, o Atlético de Madrid bateu de forma tranquila o Lokomotiv de Moscovo e o FC Copenhaga nas duas primeiras rondas do "mata-mata", encontrando depois o Sporting nos quartos de final. Verdade seja dita, os portugueses foram aqueles que mais perto estiveram de causar uma enorme surpresa com 2 jogos de grande categoria. Já nas meias finais, o oponente parecia ser o outro grande aspirante à conquista do troféu, mas os londrinos do Arsenal mostraram sempre pouco ímpeto numa eliminatória que teve tudo para correr a seu favor.

Quanto ao futebol propriamente dito, o estilo tático do conjunto espanhol é bem conhecido e dos mais estudados por toda a comunidade aficionada. Excelente organização defensiva, bloco relativamente alto e pressão intensa, sempre à procura do erro no adversário de forma a premiar a sua grande arma, o contra ataque. Apesar de a espaços também assistirmos a um Atlético mais solto e ofensivo, principalmente em momentos mais intermédios do jogo, aquele que se verá na final de quarta feira será muito à imagem da "fortaleza" a que Godín e companhia tão bem já nos habituaram.


Do outro lado do campo vai estar uma equipa que, ao contrário da 1ª, entrou na competição desde cedo. Em virtude da reputação e investimento feito na qualidade do plantel, a candidatura dos franceses, apesar de menos relevante, foi sempre tida em conta por um simples motivo. A Ligue 1 está cada vez mais competitiva e a luta pelos "apetitosos" 2+1 lugares de acesso à liga milionária adivinhava-se dramática. A conquista de uma competição como a Liga Europa garante esse mesmo acesso e certamente que ninguém da Direção desviou a atenção dessa possibilidade.

A equipa de Rudi Garcia até nem teve um começo de temporada positivo, muito pelo contrário. Os resultados teimavam em não aparecer e o nível exibicional estava longe de convencer os adeptos que chegaram a entoar as suas vozes de desagrado. Prova disso mesmo foi a fraca prestação logo na fase de grupos, cujo apuramento esteve inclusive em risco. Já na 2ª metade da temporada, os jogadores do Marselha parecem ter finalmente encontrado o seu próprio "elixir". Maior objetividade, determinação e foco aliados à fluidez imposta pelos seus maiores criativos, tornaram assim o clube do sul de França num dos mais temidos da competição.

A travessia, contudo, foi mais complicada do que aquilo que seria de esperar. SC Braga e Athelic Bilbao foram os adversários do 16-avos e oitavos de final, respetivamente, e foram aqueles que menos estragos causaram pelo caminho. Seguiu-se o RB Leipzig que, apesar de muito competentes e aguerridos até então, demonstraram poucos argumentos para levar de vencida a eliminatória. Mesmo depois da derrota (injusta) pela margem mínima na Alemanha, a 2ª mão foi um autêntico "atropelo" por parte dos franceses que se destacaram por uns expressivos 5-2.

O verdadeiro teste estava guardado para as meias finais. O jovem plantel do Salzburg vinha jogando um futebol delicioso e só mesmo alguma falta de maturidade e um Marselha duro de roer poderiam terminar com as suas aspirações. As expetativas não desfraldaram e ambos os jogos terminaram com vitórias caseiras por 2-0. O momento da decisão surge já no prolongamento da 2ª mão e, num lance bastante polémico, é Rolando quem dá a cabeçada para a Final. Os austríacos mereciam a presença na tão desejada mas a magia do desporto é assim mesmo e a sorte acabou por sorrir a quem menos a procurou.


Finalmente, Lyon! O que esperar?


"Ataques ganham jogos, defesas ganham títulos". A nossa opinião pode muito bem ser resumida nesta citação. Se há pouco elogiávamos a capacidade defensiva do Atlético de Madrid, o mesmo não pode ser dito sobre o Marselha. São uma equipa "à antiga", destemidos e libertos na hora de atacar, com pressa em chegar à baliza contrária, mas muito premiáveis na hora de travar as iniciativas do adversário. O comprimento do bloco é demasiado largo e pouco organizado, o que os torna bastante atraídos pelo movimento da bola.

Os franceses irão sentir tremendas dificuldades em impor a sua criatividade no último terço face à excelente organização tática do oponente e o Atlético irá explorar essa mesma incapacidade durante toda a partida. O controlo do meio campo acabará por surgir com o passar dos minutos e, com isso, as probabilidades de sucesso irão também elas disparar na mente dos homens de Simeone. A juntar a isso, as ausências de Rolando e Rami vão certamente fazer-se notar no eixo central, onde jogadores chave como Griezmann e Diego Costa poderão sentir o seu papel mais facilitado.

Seria de estranhar algo que não - nova conquista para o Atlético de Madrid - que deverá cimentar o seu poderio e experiência com uma vitória bem delineada, a nosso ver, por 2 golos de diferença. Ainda assim, o que não nos faltam são exemplos de grandes surpresas, nomeadamente no que toca a finais, e nesse seguimento contamos também com a vossa opinião sobre este desafio. 

A'Final, são ou não são favas contadas?

10 de maio de 2018

Novo capítulo de "Los Galáticos"?

Neymar negoceia com o Real Madrid numa transferência que poderá rondar os 260M de €.



Nos últimos dias, a imprensa internacional tem lançado aquela que, ao que tudo indica, será a grande novela do mercado de verão que se avizinha. Parece que a "batalha" perdida para o rival Barcelona em 2013, na luta pela contratação do fenómeno brasileiro, não fez Florentino Pérez recuar nas suas intenções de contar com os serviços do jogador. Apesar do clube francês não ver com bons olhos a saída prematura da principal figura do plantel, algo como 260M de € devem ter convencido os dirigentes a abrir negociações. 

Numa altura em que o Real Madrid poderá cimentar o seu domínio na principal competição da UEFA, com uma possível 3ª conquista consecutiva (todas na era Zidane), também se criam expetativas sobre o futuro de uma equipa cujo núcleo duro não durará uma eternidade. No final da temporada, Cristiano Ronaldo, Sérgio Ramos, Marcelo, Modric e Benzema estarão todos eles na casa dos 30 anos. É verdade que a qualidade continua intacta e que está criado um sistema perfeitamente enraizado onde todos eles parecem ter encontrado o seu propósito, mas o futebol vive de evolução e, a dado momento, até os melhores terão de se transformar a si próprios.

Parte da solução terá sempre de passar por trazer "sangue novo" e é aqui que entra Neymar da Silva Santos Júnior. Apesar de alguma discussão, as opiniões assemelham-se na hora de atribuir-lhe o papel de principal sucessor ao domínio criado por Lionel Messi e Cristiano Ronaldo no panorama individual. Cansado de viver na sombra do argentino, a passagem pelo PSG não terá sido apenas para confirmar o seu estatuto de estrela, mas também uma forma de ingressar nos blancos que dificilmente se concretizaria de outra forma.

Hoje em dia, já ninguém duvida que a aposta em Gareth Bale se revelou claramente falhada e o próprio deve estar de malas feitas para outras aventuras. Por outro lado, Neymar é exatamente aquilo a que eu chamo de "jogador à Real Madrid" - um atleta que além da sua natural e reconhecida qualidade, se destaca pelo seu carisma, postura high profile e consequente capacidade para mover uma geração inteira. Além disso, e razão pela qual os milhões nunca terem sido um problema para o colosso da capital espanhola, caso se confirme a transferência, os mesmos serão rapidamente repostos, tamanha é a magnitude de cartadas de marketing que abraçarão a ocasião.

Uma coisa parece certa, o futebol enquanto negócio continua a progredir de forma descontrolada para números astronómicos e os protagonistas/responsáveis teimam em não parar por aqui. Conseguirá Neymar elevar os sucessos do clube encabeçados pelo craque português nos últimos 9 anos? Irão os dois jogadores coexistir de forma pacífica ou ainda é cedo para Ronaldo ceder o protagonismo? Será certamente um novo capítulo a não perder.